Festival | Com FCMS | 23/07/2019 07h19

Circo, dança e teatro de MS estarão presentes na programação do 20º FIB

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Técnicas circenses, palhaçaria, espetáculo-intervenções da dança, reflexões sociais e histórico culturais de Mato Grosso do Sul. Tudo isso as artes cênicas de Mato Grosso do Sul levam ao 20º Festival de Inverno de Bonito. Confira a programação:

No dia 25 de julho, às 18h30 a Companhia do Mato Dança Contemporânea apresenta o espetáculo Tempos Idos, na Praça da Liberdade. Nele a companhia de dança resgata antigos hábitos e costumes, um brinde entre amigos, dividir um sorriso, uma alegria, comemorar a vida, a simplicidade do dia a dia, de olhos fechados sambar sozinho, um toque distinto, o desembaraço mais genuíno de um novo amor. Nestes antigos costumes moram as mais genuínas gentilezas, e este foi o primeiro estímulo para criação deste novo espetáculo. Em tempos de individualismo e a latente distância entre as pessoas, relacionamentos reais foram substituídos por contatos virtuais. Formatos construídos pelo tempo e desconstruídos por ele, gestos e gentilezas perdidos, que reservarão ao corpo o lugar de fio condutor entre passado e presente. A direção artística é de Chico Neller, a iluminação de Espedito di Montebranco, o figurino de Jane Rosa, a produção de Debora Higa e no elenco figuram Maria Fernanda Figueiró, Halisson Nunes, Brendon Feitosa, Ana Carolina Brindarolli, José Carlos Júnior e Tanara Maciel.

A Cia do Mato foi criada em março de 1999, por Chico Neller e Diógenes Antônio, com o objetivo de reunir bailarinos de diversas ramificações contemporâneas para pensar, discutir e produzir dança. Sua primeira apresentação foi em julho do mesmo ano no festival de dança de Joinville, onde conquistou; 1º lugar no Solo Livre contemporâneo Feminino, 1º lugar no Trio Livre contemporâneo e 2º Lugar conjunto contemporâneo, conquistando ainda o prêmio de melhor bailarina contemporânea e a indicações ao prêmio AN FESTIVAL, concedido pelo jornal “A Notícia” de Joinville. Estando afastada desde então do festival, retorna no ano de 2006, com propósito de divulgar a dança sul mato-grossense e com isso se colocar novamente entre os melhores da dança no país, trazendo novos prêmios para o estado. A partir de 2010 começa a aprofundar seus estudos e torna-se uma companhia de dança contemporânea, criando trabalhos mais estruturados como as obras “Verdade Inventada”, “A Meu Ver”, “Monólogos da Dor”, “Mudança” e “Corpos Farpados”.

No dia 26 de julho, às 15h30, no Centro de Múltiplo uso de Bonito (CMU), o grupo de artes cênicas Circo do Mato apresenta o espetáculo “O Grandioso Mini Cirquim”, que surge de uma remontagem de outro trabalho, “O Palhaço no ½ da Rua” que já foi apresentado em festivais na Colômbia, Paraguai, Peru e Brasil com grande aceitação do público. O Grandioso Mini Cirquim é um espetáculo que tem como prerrogativa, recuperar números tradicionais de circo através de uma perspectiva mais atual. Misturando teatro com técnicas circenses. O espetáculo tem como base três dos personagens mais recorrentes do circo: o apresentador, a partner, e claro, o palhaço, que juntos, desenvolvem números de magia, malabarismo com bambolês, pirofagia, equilibrismo e a palhaçaria. O Grandioso Mini Cirquim busca em sua simplicidade e brincadeira, a grandiosidade e a magia de alguns números tradicionais da história do circo mundial, que de forma simples dá continuidade a esta arte e tradição. Trabalham no espetáculo os atores Nilcieni Maciel, Douglas Caetano e Mauro Guimarães, os figurinos são de Marcelo Silva, Mauro Guimarães e Luciana Kreutzer, a produção e operação de som é de Laila Pulchério e a fotografia de VacaAzul.

Ainda no dia 26, às 18h30 os bailarinos Ralfer Campagna e Jackeline Mourão apresentam na Praça da Liberdade o espetáculo de dança Deriva- Plataforme-se. O programa Plataforme-se é um espaço de criação, experimentação, armazenamento e difusão do movimento pelos diversos processos de relação entre corpo, câmera e cidade. Trata-se da primeira plataforma a partir de Mato Grosso do Sul com foco em iniciativas em dança sob essas conexões. Criado em 2017 por meio do Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna e Prêmio Célio Adolfo de Incentivo à Dança, sua primeira ação foi a criação do espetáculo-intervenção ‘Deriva’ e no seu desdobramento em três videodanças. O projeto já participou da programação da Praça Bolívia, Semana Pra Dança, Cerrado Abierto – Mostra de danças contemporâneas, Festival Cuerpo Digital, Mostra de videodanças Move Concreto e GIFFORMANCE. O espetáculo tem como tema a fronteira desviante entre a cidade e o indivíduo, entre o privado e o público. Os limites elásticos dos encontros, desencontros, caminhos e caminhantes.

No dia 27 de julho, às 16h30, o Teatral Grupo de Risco (TGR) apresenta na Caixa Cênica, o espetáculo Guardiões. Guardiões, compõe uma trilogia pensada pelo grupo, que iniciou-se em 2008. Antes da pesquisa sobre o pantanal, o TGR, produziu outros dois espetáculos: Mbureo – A saga dos Ervais que traz a questão sobre o exploração da erva mate, e consequentemente parte da história do estado; E, Guaicuru – Histórias de Admirar, que retrata parte da guerra do Paraguai, a divisão de terras, a exploração do trabalho, um pouco da história dos índios cavaleiros, Kadweus. Para compor um ciclo da pesquisa envolvendo as questões históricas, culturais e sociais de Mato Grosso do Sul, o grupo entrou no universo pantaneiro. A encenação apresenta um pantanal sui generis, provocando questionamentos na plateia. Os habitantes possuem uma relação simbiótica com o território que habitam e que, gradativamente, vão sendo expulsos da região. Os personagens sentem-se em desequilíbrio, assim como todo o ambiente, e enfrentam dificuldades com o novo sistema que se estabelece. É uma encenação limpa, seca, que apresenta o modelo de “desenvolvimento” oferecido à nossa sociedade pelo sistema econômico vigente no mundo. O universo abordado é retratado de forma sintética: o cenário virtual, infinito e neutro, as cores só aparecem ao longe. Os atores são personagens que quase se confundem com o cenário, são quase invisíveis, a dureza do território está entranhada em seu modo de ser, de lutar, possuem uma simbiose bem peculiar e, ora animais, ora homens, vivem nesse cenário chamado pantanal, muito embora o tema tratado seja sério, há momentos lúdicos, delicados e também com toques de ironia e sátira.

No dia 28 de julho, às 16h30, o grupo de teatro Flor e Espinho apresenta o espetáculo Bebê a Bordo, na Caixa Cênica. Bebê a Bordo conta a história de um palhaço andarilho que num dia qualquer, encontra perdido meio ao lixo um carrinho de bebê. Ao perceber que no carrinho há um bebê, o palhaço não sabe se segue seu caminho ou fica para cuidar da criança. O que segue a partir daí é uma sensível história onde os códigos de cuidado como, dar mamadeira e trocar fraldas se transformam numa divertida aventura. Neste espetáculo o roteiro e direção de João Lima, a atuação de Anderson Lima e a sonoplastia de Ewrton Guularte. O Flor e Espinho Teatro é um coletivo formado em 2006 em Campo Grande. Dedicado à produção de um teatro autoral, pesquisa as potencialidades de um ator versátil e as diversas linguagens e possibilidades para a criação cênica. Investiga também a sociedade contemporânea estabelecendo uma profunda relação entre a autonomia criativa do ator, o ambiente social que o envolve e a sustentabilidade econômica por meio do teatro.

Ainda no dia 28, às 18h30 o Coletivo CLanDesTino apresenta o espetáculo “A Coragem que conserva os dentes”, na Praça da Liberdade. Na peça os personagens são representações sociais, alegorias do poder estabelecido em nossa sociedade, uma narrativa de desconstrução social. Parte-se de um mundo ideal, o conflito se estabelece através de metáforas que ressignificam a naturalidade das divisões sociais impostas no mundo contemporâneo. O espetáculo “A Coragem que conserva os dentes” estreou no Festival de Curitiba em 2015 e após o festival o grupo transferiu-se para a cidade de Dourados-MS. Contando com novos integrantes sua estreia aconteceu em junho de 2017. Desde então o grupo participou da FLIDO – Feira Literária de Dourados, FIT – Festival Internacional de Dourados, SAROBÁ – Edição-CONFAEB, FESTARA – Festival de Teatro de Araçatuba, VIII Temporada do chapéu, além de diversas apresentações em Dourados. O Coletivo CLanDesTino foi criado em 2003 em Curitiba-PR. O grupo realizou 7 montagens, com participação em diversos festivais regionais como Mostra de teatro popular de Londrina, Festival artes na rua SESCPR, Mostra Rueiros da Rede Brasileira de Teatro de rua e festivais nacionais como Rio Cena Contemporanea, Festival de Curitiba, FENATA, além de projetos em parceria com a UFPR e premiações como o FUNARTE Artes Cênicas na Rua, em 2012.

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