Arquitetura | Da redação/com Campo Grande News | 17/02/2014 13h44

Castelo surge na paisagem do Rita Vieira em estilo gótico

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Campo Grande (MS) - Um passeio pela rua Rotterdan em uma estrada de terra na região do bairro Rita Vieira, pode levar, quando se menos espera, até um castelo, em Campo Grande. Em meio às árvores e o mato alto, eis que surge uma construção medieval, de duas torres, no estilo gótico. Mas ainda por se findar.

O enorme portão que já não deixa mais o castelo tão evidente assim marca o número 540. No interfone, quem atende do outro lado anuncia “Arautos de Evangelho”. O lugar é a casa religiosa desta ordem católica.

Ainda sem a pintura, o reboco contrasta com os detalhes da torre em tons claros e o telhado verde. Inspirada nas catedrais góticas da Europa, principalmente as francesas, o estilo que prega paredes mais leves e finas substituiu, no passado, o romântico, ao trocar o horizontal pelo vertical, que se tratando de igrejas, fazia sentido para que a construção estivesse mais próxima do céu.

Em Campo Grande, a casa começou a ser construída em 2008, sete anos depois que a ordem Arautos do Evangelho foi aprovada pelo então, Papa João Paulo II. No bairro Rita Vieira, a estrutura oferece capela, salas, sacristia, cozinha, refeitório e dormitório que abrigam 12 religiosos e outros dois ainda em testes de vocação.

Quem nos recebe todo paramentado com vestes de ar medieval é o religioso Tito Dias, que menciona que hoje o castelo já está dentro da cidade. “A casa é um estilo medieval gótico inspirado na Europa, somado à Catedral de Notre-Dame e a de Curitiba, Nossa Senhora da Luz”, explica.

O projeto arquitetônico foi feito a próprio punho por um dos arautos e depois entregue à arquiteta para a execução. “Aqui a fachada dela é mais simples, reta, mas têm detalhes na parte lateral que inclui três dimensões”, completa o religioso.

Tito explica que uma das características dos arautos é exatamente esta que chama a atenção. “Levar a evangelização pela arte. As pessoas se sentem atraídas de ver algo bonito, estão passando e veem as torres”, comenta.

As abóbodas da parte interior começam a tomar forma agora. Por dentro, janelas predominam a estrutura, juntamente com vitrais e uma pintura minuciosa no teto. O trabalho manual é feito por profissionais de fora, do Estado de São Paulo, informam os arautos.

A casa ficou um pouco mais conhecida, quando no ano passado, abriu para visitação do presépio. Hoje, escondido por uma coxia vermelha, a arte continua ali. Bem diferente do que era a Jerusalém na época do menino Jesus, até a réplica tem elementos dos arcos góticos na arquitetura.

O salão principal, que vai abrigar a capela, ainda não terminado. Acima, onde se veem as torres, ficam os dormitórios.

O estilo que ficou mais marcado por conduzir a construção de catedrais, se desenvolveu durante a Idade Média. Hoje, em pleno 2014, não se tem uma previsão de quando o castelo ficará pronto. Talvez, como no século XII, a igreja leve décadas, assim como levaram as principais catedrais do mundo.

Indo para o sexto ano de obra, a casa já fica na cidade e recebe à comunidade para missas aos domingos, às 17h. 

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