Arquitetura | Da Redação/Com Campo Grande News | 25/05/2012 13h15

Na Casa Cor SP, Luis Pedro Scalise assina ambiente mágico de novo filme Disney

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O projeto caiu como uma luva nas mãos do arquiteto mais inventivo de Campo Grande. Na Casa Cor São Paulo, Luis Pedro Scalise assina um quarto encomendado pelos estúdios Disney, para o lançamento no Brasil do novo desenho animado “Valente”.

Scalise se esparramou nos 58 metros quadrados disponibilizados a ele com a energia da Escócia, cenário da história infantil que tem como figura central a Princesa Merida.

A marca dele está no conjunto, mas também em peças como o tapete xadrez desenhado pelo arquiteto e as obras do artista plástico Scalise nas paredes. “As cortinas também são exclusivas, desenhadas por mim. Não são peças que você chega em uma loja e compra”, diz.

O espaço foi criado para uma menina de 10 anos, apaixonada pela heroína ruiva do filme, que no quarto ganhou um espaço medieval, com cama suspensa, passagem secreta para o banheiro, jogo de arco e flecha e até um lustre luxuoso – francês do século XIX, todo em ouro.

Há também uma cela de montaria, que serve como cadeira para o computador, e um quiosque que faz referência à arquitetura Celta, o povo que colonizou aquela região. “Os castelos eram muito grandes, então os Celtas criaram os quiosques para favorecer o convívio”, explica.

Na cabeceira da cama há o tom de rosas silvestres e as imagens dragões. Coisas de Scalise, que antes de qualquer projeto pesquisa, desenha, tira a inspiração da alma.

A história este ano na Casa Cor São Paulo poderia ser outra, a ideia era ficar novamente com o loft Todeschini, como ocorreu na Casa Cor Campo Grande, no ano passado.

Mas o arquiteto foi indicado entre 3 profissionais para desenvolver o projeto da Disney e antes mesmo da apresentação oficial já era o escolhido.

“Comunicaram isso na sexta, mas decidi que não ia ficar parado até a terça, quando os diretores da Disney iriam apresentar o que queriam. Passei o sábado pesquisando, liguei para os Estados Unidos para pegar informações sobre o filme e no domingo já tinha 19 pranchas desenhadas”, conta.

Scalise apresentou o projeto e foi aprovado sem competição. “Não mudaram nada no meu projeto e ficaram até surpresos de como eu consegui fazer exatamente o que eles queriam sem ao menos receber o material que a Disney tinha para mostrar”.

Também foi o primeiro a entregar o ambiente pronto, um mérito da equipe de 18 profissionais contratados pelo arquiteto, quadro deles “escudeiros” dele em Campo Grande.

A vida é uma correria, hoje está em Mato Grosso do Sul por conta de uma decoração para festa de 15 anos e na madrugada volta para São Paulo para a abertura da mostra amanhã.

Depois de vários projetos assinados pelo brasil e recentemente famoso por ter arrematado a gravata de diamantes de Clodovil, o arquiteto que nasceu em Santa Catarina, mas não deixa Campo Grande apesar dos projetos pelo País, já mostrou inúmeras vezes como é fascinado pelo encantamento.

O quarto na Casa Cor São Paulo 2012 fez Scalise voltar no tempo, a época em que transformava a própria casa em cenário de Natal. “Quando vi as pessoas entrarem no quarto da Merida, senti a mesma energia que dedicavam a mim quando entravam na casa do Papai Noel. É uma sensação maravilhosa”, diz o arquiteto emocionado.

Sobre as criticas ao exagero ou sobre futilidade ele fala pouco. “Futilidade, para mim, é tudo aquilo incapaz de dar prazer. Sobre gosto, cada um tem de respeitar o do outro. Podemos ir ao mesmo restaurante, pedir pratos diferentes e sair de lá satisfeitos”.

Agora o escritório de Scalise foi contrato para trabalhar para a Disney na América Latina e no próximo mês vai ao Chile para o lançamento oficial do filme por lá.

O fascínio pelos novos parceiros é evidente. “Você sabe o porquê da heroína ter aquele cabelão encaracolado? É porque as crianças nos Estados Unidos estão com problemas capilares por conta dos alisamentos e o desenho quer elevar a auto-estima de quem não tem o cabelo liso. Não é fascinante a importância que um filme tem dentro de uma sociedade?”, comenta.

O arquiteto prepara a inauguração de um escritório em São Paulo, onde também abrirá uma galeria com móveis e outras peças de decoração assinadas por ele, mas Campo Grande nunca deixará de ser o seu QG, garante.

“Me formei no antigo Cesup, quando a cidade terminava ali, na Ceará. Naquela época todo mundo dizia que lá só estudavam filhinhos de papai, desocupados. Cheguei longe, né, mas nunca vou esquecer que minha formação foi aqui”, justifica.

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