Arquitetura | Da redação/com Campo Grande News | 22/02/2014 12h32

Nem loft e nem container, arquiteto cria casa totalmente integrada em 45m²

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Campo Grande (MS) - Em três anos, o arquiteto Alex Nogueira viu sair do papel o projeto da casa totalmente integrada. Nem loft e nem container. Em 45m², ele fez sala, cozinha, quarto e banheiro de uma forma livre, aberta e arejada.

De estrutura metálica e apenas com uma parede de concreto, que sustenta todo o entorno da casa, ele inaugurou o lar de forma retangular aos 30 anos, em maio de 2013, no bairro Rita Vieira, em Campo Grande.

“Eu queria alguma coisa parecida com o que acreditava que poderia ter. Para os clientes, você quer falar, mas quando não conhecem, eles têm medo, fica em dúvida, mas como era minha”. Alex investiu. Fora o terreno e pertences pessoais, ele gastou em média R$ 90 mil. Parece muito para um espaço construído de 45m². No entanto, levando em conta a escolha de materiais e o próprio projeto, se vê que é válido.

Alex diz que loft não é, porque o conceito nasceu das ocupações dos galpões ingleses e a estrutura ali é diferente, foi construída para ser uma casa. Já o container tem uma dimensão bem menor. “Eu diria que é uma casa que buscou ser o mais integrada possível”, resume.

Estrutura – Para entrar se abre a porta da frente, para o jardim, uma única porta de vidro separa o imóvel do deck que leva ao amplo gramado.

Na única parede de alvenaria, o concreto é protagonista. Além de segurar a casa, trouxe um ar mais ‘rústico’ ao imóvel. Abaixo, a parede foi revestida com pedra, uma solução que no fim casou esteticamente para o problema. Um dos entraves quando a arquitetura é ousada assim, é achar mão de obra qualificada.

O contorno retangular da casa foi feito por viga metálica, sem uma coluna aparente. No projeto, Alex quis dar uma sensação de flutuar. Um dos benefícios de uma casa suspensa é a ventilação. “Vem por cima, dentro e baixo”, define.

O vento é o suficiente a ponto de evitar instalações de ar condicionado ou ventiladores. “Sou dependente da ventilação, é bem comum dormir com tudo aberto”, diz. O telhado tem quatro camadas, justamente para frear o calor. “Ternite, isolamento metálico e isopor e por fim, o gesso acartonado que dá a cobertura da parede”, enumera.

Na prática, Alex transpassou muito da própria personalidade. “Ao mesmo tempo em que é muito aberto e reflete como eu sou, é meio metódico. Tudo reto, sem curvas”, exemplifica mostrando o balcão feito de viga metálica na cozinha.

Os móveis e eletrodomésticos são todos de primeira. Geladeira, forno e fogão eram comprados no início dos anos, ao longo da construção, durante os saldões. Já os móveis foram todos planejados e em parte, desenhados pelo próprio arquiteto.

A cama vira gaveteiro. Nas laterais, parte das roupas ficam guardadas. Já a frente abriga a sapateira. Na janela, uma arara permite pendurar camisas e outras roupas. Além do armário ficar dividido entre portas acima e abaixo do balcão onde fica a televisão.

“Dá para fazer tudo. É só quebrar certos padrões. É bom que as pessoas possam ver que dá para fazer coisa diferente e queiram experimentar também. Afinal, arquitetura é essa experiência. Todo mundo quer vestir a mesma coisa?”

A ideia de Alex foi publicada no site ArchDaily, página privilegiada de lançamentos de projetos de arquitetos de todo o mundo.

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