Artes Plásticas | Da redação | 24/03/2017 14h17

Presídio amplia produção de artefatos em couro e dobra número de internos trabalhando

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A produção dos objetos revestidos e decorados com couro no Centro de Triagem “Anísio Lima” (CT), na Capital, recebeu novas variedades, dobrando a ocupação de mão de obra prisional na oficina do presídio. O trabalho é desenvolvido através de parceria da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a empresa Folhas do Pantanal, levando labor digno e remunerado a reeducandos.

Na unidade, agora também estão sendo confeccionados copos, canecas, guampas e cantis, dentre outros materiais. Inicialmente, os internos faziam apenas correias para chapéus e, com a ampliação dos trabalhos, aumentou de quatro para oito o número de detentos trabalhando com esses produtos.

De acordo com o diretor do Centro de Triagem, Alírio Francisco do Carmo, a parceria tem contribuindo com a ressocialização dos custodiados, além de ser “um marco para a unidade prisional”, já que é a primeira oficina instituída no local por meio de parceria com empresas. “Visitamos a empresa, que a sede fica em Rio Verde, para buscarmos essa parceria e está dando muito certo”, enfatiza.

O diretor explica que a oficina, inicialmente, ocupava um espaço improvisado, mas agora funciona em um setor próprio, possibilitando a expansão dos trabalhos. Conforme o dirigente, isso foi possível graças à readequação na estrutura de segurança do presídio, realizada pela administração.

Segundo Francisco, são feitas, semanalmente, 1.200 tranças para enfeites, e, pelo menos, 40 chapéus já saem decorados do estabelecimento penal para serem comercializados. “Além da confecção de 100 cuias e 40 garrafas, semanais, que pode variar conforme a demanda”, pontua.

Cada detento recebe o valor equivalente a ¾ do salário mínimo vigente, além de um dia de remição na pena a cada três de serviços prestados, conforme estabelece a Lei de Execução Penal.

O interno Cláudio da Silva, 38 anos, é o responsável por dar acabamento e por coordenar e instruir o restante da equipe na execução dos trabalhos. “O chapéu vem bruto e fazemos toda a parte de recapeá-lo, dando o acabamento, com couro e fita de polietileno; fazemos as tranças e enfeitamos”, detalha, referindo-se a uma das atividades desenvolvidas.

Para o reeducando, além de gerar ocupação na prisão, o trabalho é também uma excelente oportunidade de conquistar espaço quando estiver em liberdade. “Pretendo continuar trabalhando com isso e, se possível, nessa mesma empresa, que já conhece o nosso trabalho e abriu as portas para nós”, diz. “Essa é uma oportunidade de trabalho e do próprio interno desenvolver a ressocialização”, completa.

Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, a implantação de frentes de trabalho em todas as unidades do Estado é uma necessidade e um objetivo permanente da instituição. “Buscamos oferecer todas as possibilidades de reinserção social, através de trabalhos, do estudo regular, de cursos e outras formas que possam fazer dos nossos custodiados pessoas melhores e comprometidas com uma vida digna”, afirma.

Além do trabalho com produtos em couro, os reeducandos do Centro de Triagem desenvolvem atividades de artesanato, reciclagem, limpeza e manutenção.

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