Artistas visuais sofrem com a profissão durante quarentena
Nestes tempos hamárticos de Coronavírus, quarentena, politicagem rasteira, quando o dinheiro é o problema, somos obrigados a ficar em casa, uma “prisão domiciliar”. O vírus existe e é terrível.
A quarentena é sufocante, mas necessária para o controle da pandemia. Tempos difíceis para os artistas visuais. Artistas em sua maioria não entendem de gestões, vivem o mais simples, criam seus produtos, vendem e vivem disso. Durante a quarentena, podemos ter certos ganhos.
Como: atualizar o currículo buscando fazer um completo e outro um resumo bem enxuto. Escrever projetos, escrever seu programa teórico, pendências que esperavam por tempo, revisar sua arte, ver possibilidades e saídas, fortuna crítica, avaliar sua carreira, rever novos conceitos, estoques de ideações, situar-se no meio artístico, trocar com os colegas informações, atualizações sobre arte, nas mídias sociais e leituras de livros de arte ou clássicos da literatura. Ainda alongamentos, relaxamentos, corrida estacionária, basta um (metro quadrado), exercícios respiratórios.
A monotonia pode dar lugar à criatividade. Picasso (1881 – 1973) pintou a Guernica (1937), um manifesto contra a violência, durante a Guerra Civil Espanhola. Francisco de Goya (1746 – 1828), pintou as Guerras Napoleônicas e os horrores sofridos pelos espanhóis. A pintura “3 de maio de 1808” é referência no Brasil pós golpe militar de 1964, surgiram obras de artistas que protestaram contra a ditadura especialmente Artur Barrio (fotos abaixo), com suas Trouxas Ensanguentadas, Antonio Manuel, Cildo Meirelles, entre outros.
Os nossos governantes poderiam pensar numa ajuda emergencial para os artistas plásticos, que em sua maioria são pessoas de poucos recursos: comprar uma obra de cada um, que já tenha um caminho definido, uma reserva emergencial. Esta obra pode ser distribuída entre prédios públicos, melhorando muito o aspecto frio das repartições.
Empréstimos exclusivamente para compra de materiais de trabalho como lápis, papel, tintas, pincéis, sprays, telas, o que for necessário. Disponibilizar medicações gratuitas para portadores de doenças crônicas e que não são oferecidas pelo governo através do Ministério da Saúde (SUS). Pode-se pensar em palestras, leilões de arte, feiras de arte, consórcios via mídias sociais.
O setor cultural brasileiro é responsável por 4% do PIB nacional e emprega mais de 5 milhões de pessoas. Segundo o IBGE, o setor possui 300 mil empresas de pequeno e médio porte.
O vírus vai passar a quarentena também e os meios de comunicação vão ter que se reinventar. Na dor, a humanidade vai aprender o altruísmo, o amparo e a solidariedade.
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