Artes | O Povo Online | 13/01/2021 13h07

Filme de Maisa com Netflix estreia nesta sexta

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Desde que era criança, Vicenza (Maisa Silva) faz o mesmo pedido no dia do seu aniversário: conhecer o pai. Recém-chegada à maioridade, a jovem vive em uma sociedade alternativa, distante dos impactos do consumo exacerbado e das rápidas mudanças tecnológicas. Na comunidade hippie, obteve conhecimentos que parecem distantes dos hábitos da juventude atual e também se tornou mais independente. Quando sua mãe viaja pela primeira vez para um retiro espiritual, percebe a oportunidade de ir até a capital do Rio de Janeiro para buscar as raízes paternas. É com esta história que a apresentadora e atriz Maisa Silva - ou somente Maisa - estreia em sua primeira parceria com a Netflix, “Pai em Dobro”, que será lançada nesta sexta-feira, 15 de janeiro.

A protagonista detém um objetivo inflexível: está decidida a descobrir sua linhagem apesar dos rastros escassos. Tudo que tem ao chegar na cidade carioca são as antigas fotos de dois homens em um Carnaval. Nem mesmo o celular levou no trajeto. “(Vicenza) demonstra uma maturidade que eu acho que está além da idade dela. Ela não é só o estereótipo de hippie, porque ela tem diversos interesses que a completam. Para mim, Vicenza é uma ‘super mini mulher’. Me relacionar com ela foi muito gostoso”, comenta a artista em coletiva de imprensa.

Apesar do foco ser em uma personagem feminina com personalidade forte e livre dos rótulos tradicionais, o longa-metragem também aborda outras temáticas com a leveza de uma narrativa juvenil. Os relacionamentos amorosos e a busca pela identidade também integram a história e se tornam um elo para o espectador. De acordo com Marcelo Médici, que interpreta um dos possíveis pais de Vicenza, a obra tem um ritmo diferente do que o público está acostumado. “Ela tem uma delicadeza, um tempo diferente. Quando assisto outros seriados e filmes na Netflix, adoro ser transportado para outros lugares. E agora a gente está apresentando algo muito bacana”, opina.

Eduardo Moscovis, que também integra o elenco como o outro provável pai, acredita que a produção dialoga com as pessoas, principalmente, por suas temáticas universais. “(O filme) mostra essa menina que não teve pai até os 18 anos, aparentemente muito bem criada, com uma ética, mas que tem essa curiosidade pertinente de saber de onde vem. Essa busca emplaca direto com o público”, identifica.

Gravado nos primeiros meses de 2020, pouco tempo antes da pandemia do coronavírus chegar ao Brasil, o longa é o resultado do trabalho de várias profissionais mulheres. Além de ser dirigido por Cris D’Amato e contar com produção executiva de Cecília Grosso e Samanta Moraes, “Pai em Dobro” tem roteiro de Thalita Rebouças. A escritora firma uma relação de trabalho com Maisa pelo terceiro ano, após a atriz protagonizar em suas adaptações “Ela Disse, Ele Disse” (2019) e “Tudo por Uma Popstar” (2018).

Existe, porém, uma diferença neste filme em comparação aos outros que a autora já realizou. É a primeira vez que ela cria uma história direcionada exclusivamente para o audiovisual. O livro, disponível nas livrarias, apenas surgiu depois do roteiro. Segundo ela, a maior diferença foi não precisar cortar as histórias. Pelo contrário, a partir do conteúdo na linguagem do cinema, teve a chance de explorar os personagens com profundidade no volume impresso.

A narrativa já tão conhecida de Thalita Rebouças continua presente: a relação familiar, os sentimentos de uma personagem ainda na juventude e o processo de descoberta da identidade permanecem. O que muda é a dosagem das emoções. Enquanto suas histórias tendem mais para o humor do que para a comoção, em “Pai em Dobro” o caminho é inverso. “De uns tempos para cá, estou querendo me emocionar escrevendo e não me canso. Mas meu DNA ainda está presente, quem me lê sabe que estou presente”, afirma.

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