Marcos Amaro utiliza resíduos urbanos e sucatas de aviões em obras
Marcos Amaro é um artista múltiplo. Estudou literatura, filosofia e arte, inclinações intelectuais que contribuíram para que desenvolvesse múltiplas habilidades poéticas. Artista autodidata e empreendedor cultural, o paulistano, desde a infância, convivia com o imaginário aeronáutico de cuja materialidade se apropriou na vida adulta, principalmente, em esculturas e objetos de média e grande proporção.
Em suas obras o destaque fica para o uso de diferentes materiais e métodos, resultando em pinturas, desenhos, objetos, esculturas, assemblagens, instalações e intervenções em meio urbano que dialogam com o moderno e o contemporâneo. Nelas o artista deixa evidente o conceito de vida como obra de arte, se apropriando de elementos do cotidiano, que são resíduos da memória e da lembrança, atualizando-as pela descontextualização.
A estética do precário também é um forte elemento em Marcos Amaro, pois muitos dos objetos por ele selecionados provocam o espectador a discutir o que é e o que não é arte. “Minhas obras recebem influências de Leonardo da Vinci, Duchamp, Robert Raushenberg, Tom Sachs e o artista brasileiro Rubens Espírito Santo”, afirma.
Marcos acredita que não há um lugar específico para a arte, mas todos os lugares são potenciais. Assim, já realizou intervenções urbanas na Estação Sé do metrô de São Paulo, a instalação Eco-estética na antiga Fábrica São Luiz em Itu e Santos Dumont visita São Paulo no Otávio Café.
Agora é a vez das obras de Amaro visitarem Campo Grande com a exposição “Desconstruções e Articulações”. Nela os campo-grandenses poderão conhecer a peculiaridade do trabalho do paulistano, que traz um novo olhar sobre a utilidade das coisas. “Nesse trabalho, objetos ressignificados passam a ter outras interpretações”, explica.
Além de sucatas de aviões, o artista utiliza também resíduos urbanos, muitos deles resgatados em ambientes periféricos, e que são utilizados de modo incomum. São matérias como tecidos, madeiras, parafusos, reatores e lonas de algodão. Elas são incorporadas como elementos compositivos do pensamento poético.
A exposição “Desconstruções e Articulações” acontece de 14 de fevereiro a 26 de março, no Museu de Arte Contemporânea, o MARCO. Além dele, três artistas também apresentarão seus trabalhos no projeto “4 Mostras, 4 Artistas”, Ana Ruas de Campo Grande, Alessandra Rehder e Katia Canton de São Paulo.
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