Na tarde da última sexta-feira (22 de março) os artesãos participantes da 16ª Semana do Artesão receberam uma capacitação através da palestra “Artesanato e Colaborações Criativas”, com a especialista em artesanato Dorotéa Naddeo. Os profissionais do setor do artesanato sul-mato-grossense se mostraram muito satisfeitos com os conhecimentos adquiridos para atuarem no campo das políticas públicas do artesanato, na melhoria do processo criativo e na conquista de parcerias para a conquista do mercado nacional e internacional.

A Dorotéa Naddeo é uma grande conhecedora e estudiosa na área do artesanato. É uma consultora da Universidade Federal de Minas Gerais, já passou pelo Programa do Artesanato Brasileiro e vem nos auxiliar agora com um tema muito importante, que é o tema das colaborações criativas, que reflete como os artesãos conseguem desenvolver outras parcerias com designs, com grandes marcas e como eles conseguirão sair da caixinha da sua atuação em Mato Grosso do Sul e crescer muito mais”, destacou a gerente de Artesanato da FCMS, Katienka Clain.

A palestrante veio atualizar os presentes sobre as novas perspectivas do mercado pós-pandemia. “Estamos num momento que depois da pandemia os artesãos estão se recolocando no mercado. É uma retomada de políticas públicas e que os artesãos precisam se reposicionar num mundo que está completamente diferente. E nos estudos de tendências agora, identifica que é fundamental que os artesãos possam atuar de uma forma colaborativa e principalmete entender que são estes parceiros , quem são estas pessoas entre eles mesmo os artesãos, outros profissionais, as próprias instituições e o que significa o colaborar e principalmente o que é a base do artesanato que é processo criativo. O artesanato é essencialmente criação, é criatividade. Então são dois temas que trazem esse novo momento do mundo e do artesanato no mundo, como se conectar com outros agentes, otimizar e melhorar sua produção e alcançar o mercado”, explicou a palestrante Dorotea Naddeo.

Os artesão foram unânimes sobre a importância da capacitação durante a Semana do artesão em Mato Grosso do Sul e pela referência do trabalho desenvolvido pela palestrante.”Eu acho que é muito grande trazer uma pessoa como a Dorotea Naddeo para falar com a gente. Porque ele tem uma experiência incrível. E quando fomos a Brasília propor políticas públicas para o artesanato, ela estava com a gente lá explicando muitas coisas. O que pode e o que não se pode fazer no artesanato, como as pessoas têm que fazer um artesanato bem feito para ser conhecido nacionalmente e até no exterior, pois nosso trabalho está indo para outros países também” , afirmou a artesã Jane Clara Arguello.

“Palestras como essas nós temos que ter todos os anos. A Dorotea tem conhecimento a nível nacional. Ela fez um diagnóstico no Brasil sobre todos os problemas na área do artesanato e dos artesãos como um todo onde o próprio governo federal reconheceu o trabalho que foi feito e vai colocar e prática. Ela para nós é uma referência em conhecimento e é uma honra termos sua presença aqui em Mato Grosso do Sul”, finalizou a vice-presidente da Associação dos Microempreendedores e Secretária da Confederação Brasileira do Artesão, Bia Barros.

Durante a palestra foi destacado que é possível a geração de renda trabalhando em casa, como sempre foi a realidade dos artesãos e foi feito um histórico acerca da importância do trabalho do artesão no desenvolvimento econômico da civilização até chegar nas boas práticas para se alcançar o mercado. Dorotéa mostrou que estamos num mundo transformado. A tendência mundial é que as pessoas descobriram que é bom ficar em casa, descobriram que é possivel ganhar dinheiro trabalhando em casa e desenvolve-se agora a economia artesanal com as pessoas voltanto para o campo e às pequenas cidades e voltando a trabalhar com as mãos. Quem não produz com as mão passou a prestar a atenção em produtos feitos por artesãos, um produto que original, criativo, e autêntico. E hoje, segundo Dorotéa Naddeo, é preciso se reconectar com as pessoas, humanizar e colaborar. O que se busca além da arte e do produto bem feito é a narrativa da história do produto, a procedência da sua matéria-prima, o processamento dos produtos, sua ancestralidade. As parcerias são necessárias para o compartilhamento de técnicas para o desenvolvimento de novos produtos, a compra conjunta de equipamentos matérias-primas para eles se tornarem mais baratos, ações conjuntas com instituições para a divulgação e comercialização dos produtos entre outras iniciativas.