Audiovisual | da redação/com Júlia de Freitas | 16/10/2014 00h26

Coordenador do Colegiado de Audiovisual comenta investimentos

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Campo Grande (MS) - Uma das áreas culturais que cresce cada vez mais no Mato Grosso do Sul e que anda gerando muita "demanda" do meio artístico é a área de produção audiovisual. Após o governador, André Puccinelli, assinar o decreto de regulamentação da Film Comission, um espaço que irá servir de base para a produção cinematográfica do estado, ainda há muito a ser feito para que o estímulo das entidades públicas sejam de fato efetivas.

Airton Fernandes, coordenador de colegiado setorial do audiovisual de Campo Grande, diz que só a Film Comission não será suficiente para a desenvoltura do mercado do cinema na região."Ela tem que vir junto de ações de fomento, qualificação e difusão", explica.

Segundo o produtor audiovisual, a atual gestão da Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul tem ajudado muito a área, apesar dos valores investidos na produção audiovisual do Estado ainda estarem distantes de valores investidos em outros estados. "Em oito anos, foram 21 filmes financiados com recursos estaduais, houve a criação de um edital específico e investimento no Festival de Cinema de Campo Grande", ressalta. Airton também aponta algumas ações que devem ser feitas para estimulo local e critica a burocratização do andamento de determinados convênios. "Precisamos rever a legislação atual que impede que o Estado participe de alguns editais da Ancine", exemplifica.

O direcionamento das ações da FCMS serão pautados também pelo futuro governo. Dentre as propostas dos dois candidatos para a Cultura, temos a reformulação do Fundo de Investimentos Culturais através da criação de uma "Comissão Bipartite" que definirá a aplicação dos recursos do Fundo de forma impessoal em todas as áreas com a adoção de editais distintos e a aplicação de 1,5% da receita anual do Estado na Cultura.

Airton acredita também que a Prefeitura de Campo Grande, através da Fundação Municipal de Cultura (Fundac), também tem dialogado com o mercado cinematográfico crescente."Esse ano a prefeitura em parceria com a Ancine lançou um edital para produção no valor de R$ 540 mil. Isso tudo é resultado também de um audiovisual maduro e organizado que tem dialogado com as instituições", diz.

O edital citado por Airton é voltado para a produção de obras audiovisuais inéditas. O edital irá contemplar quatro filmes de ficção ou documentário, de duração entre 15 e 30 minutos, de R$135 mil cada. A ação faz parte do programa federal "Brasil de Todas as Telas", gerenciado pela Ancine e que traz para Campo Grande recursos oriundos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Entre os objetivos do progama, está a busca de estímular o desenvolvimento regional da produção brasileira por meio de parcerias com governos municipais e estaduais.

Mato Grosso do Sul tem se desenvolvido cada vez mais na área de produção audiovisual e incentivo à produção local. Os exemplos disso são os festivais realizados na cidade de Campo Grande, como a Semana do Audiovisual em Campo Grande e o Festival Universitário de Mato Grosso do Sul, que buscam dialogar com a classe artística interessada no meio. Apesar disso, Estado ainda pode ser considerado "novato" na caminhada da produção cinematográfica em questão de investimentos estaduais e municipais. Muitas vezes, os artistas sul-mato-grossenses tem de esperar e recorrer a editais à nivel federal, dificultando as chances de concretização do projeto. Um dos mais recentes filmes gravados no Estado foi patrocinado pela Petrobrás por meio do projeto "Revelando os Brasis". O curta-metragem conta a história de um ex-ferroviário do município de Ladário.

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