Carnaval | Da Redação/Com Midiamax | 08/02/2013 13h00

MPE interdita Igrejinha e Campo Grande não terá 37 anos de tradição na avenida

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Uma denúncia anônima acabou com a tradição de 37 anos de carnaval da escola de samba Igrejinha, em Campo Grande. Isso porque em fevereiro de 2012, um pré-carnaval de rua contou com a participação da escola e no dia seguinte a rua acordou suja.

Uma pessoa fez fotos e registrou a denúncia no MPE (Ministério Público Estadual), que interditou a Igrejinha sob multa de R$ 10 mil em qualquer evento que levasse o nome da escola.

O presidente, Paulo Freire, explica que o evento não foi idealizado pela escola. “Fomos convidados e sobrou para nós. Tentamos alegar que a estrutura do evento ainda não tinha sido desmontada e que a limpeza é feita depois, mas não teve jeito”.

A escola foi interditada em novembro do ano passado. Para retomar as atividades, o Ministério Público, representado pelo promotor do meio ambiente, Alexandre Raslan,  ainda pediu que o barracão passasse por adequações na acústica. A reforma do prédio, que é alugado, chegaria aos R$ 160 mil.

“Não temos como fazer isso. Pedimos ao menos igualdade, já que a Igrejinha tem que fazer, as outras escolas deveriam se adequar também, mas não é o caso. Nos tratam na ação como casa noturna, coisa que não somos”, analisa Paulo.

Como não tem como pagar multa, a diretoria da escola decidiu que o melhor a fazer era não desfilar este ano. “Enquanto não encontrarmos outro lugar, não temos como funcionar”.

Campeã do carnaval de Campo Grande por 20 vezes, o presidente da escola não se conforma com a situação. Ele mostrou uma parte do galpão, cedida pelo proprietário do prédio da Igrejinha, onde estão guardadas as fantasias de oito alas que desfilariam este ano e que já estavam prontas.

“Compramos fantasias e adereços do Rio de Janeiro e agora está tudo aí. Doamos muita coisa para outras escolas de samba, do grupo de acesso daqui e do interior. A comunidade da Igrejinha está sem ter para onde ir, onde se divertir. Gente de todas as classes vinha sambar no barracão. Em 15 anos, não há registro de reclamação por bagunça ou sujeira no lugar”.

Para o ano que vem, ele espera que a escola já tenha superado o impasse. “Estamos tentando desfilar em 2014, seja ganhando a causa em segunda instância ou com apoio da sociedade e da prefeitura para conseguirmos outro lugar”.

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