Nos Bastidores da Arte: Maísa Barros

Maísa Barros é curadora do Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande (MARCO). Atualmente, é uma das figuras mais representativas no setor cultural de Mato Grosso do Sul. Em entrevista ao Ensaio Geral, Maísa fala das atividades realizadas no Museu e sobre as mostras apresentadas na 1ª Temporada de Exposições 2010, inaugurada no ultimo dia 30 de março.

Ensaio Geral: Como foi o processo seletivo dos artistas escolhidos para expor na 1ª Temporada 2010? Quais os critérios aos quais as obras foram submetidas?

Maísa Barros: Nós lançamos um edital todo ano, no mês de outubro, aberto a artistas do país todo. A seleção das obras é feita por convidados, geralmente professores da UFMS. Entre os critérios que nós levamos em conta, está a relação dos trabalhos com a contemporaneidade, a justificativa do artista, o ineditismo. O edital é nacional e podem se inscrever jovens artistas até aqueles que já tem uma carreira, mas que apresentem em suas obra o conceito do contemporâneo.

Ensaio Geral: O MARCO tem grande representatividade na região Centro Oeste e também no Brasil. Como é a procura de artistas de outros estados para expor no Museu, ou até mesmo realizar pesquisas ou teses sobre o trabalho realizado aqui no Estado?

Maísa Barros: Nós recebemos diariamente emails de artistas, de pessoas que estão estudando Museologia, querendo saber sobre o MARCO, que apesar de ser um museu jovem, já tem um trabalho que está aparecendo nacionalmente. Sempre recebemos propostas de parcerias para discutir e estudar o trabalho realizado aqui em Campo Grande. Temos várias teses desenvolvidas nessa área, elaboradas por artistas, estudantes e pesquisadores de diversas partes do Brasil.

Ensaio Geral: Qual desses trabalhos desenvolvidos você destacaria?

Maísa Barros: A pesquisa de uma artista, que atualmente trabalha no Museu de Arte Contemporânea de Santa Catarina, em Florianópolis. O trabalho de conclusão de curso dela foi totalmente sobre o MARCO. Nós sempre nos encontramos em eventos de museus, fóruns, conferências... E sempre acontece uma troca de experiências muito proveitosa.

Ensaio Geral: Em relação as exposições apresentadas no MARCO, geralmente a média de público esperada é atingida? As mostras são gratuitas, em tese, acessíveis, a população realmente comparece ou o público é mais específico?

Maísa Barros: O público vai mudando, aos poucos o MARCO vai se mostrando, e as pessoas começam a procurar para saber o que está acontecendo no museu. Um público que nós temos que comparece sempre é o das escolas. Neste mês de abril, todos os dias, de terça a sexta, temos visitas agendadas.

Ensaio Geral: Este é um dos projetos educativos desenvolvido por vocês...

Maísa Barros: Este programa educativo visa atender as escolas. Algumas vem só para conhecer; outras fazem a visita acompanhadas pelo guia e depois participam das oficinas oferecidas pelo museu. Uma vez por mês, realizamos o projeto “Fazendo Arte no MARCO” - uma oficina realizada com o acervo do museu ou com um artista que está expondo no nosso espaço. Realizamos trabalhos artísticos, apresentações de teatro... Tudo organizado pelo nosso programa educativo. Atualmente, estamos tentando uma parceria com universitários do curso de Artes.

No projeto “Paralelos”, convidamos professores, pessoas da sociedade em geral, para ministrar palestras, eventualmente.

Ensaio Geral: Como é a relação dos artistas expositores com o público?

Maísa Barros: Temos durante a semana visitas com artistas, para que eles possam falar sobre seus trabalhos expostos no Museu e interagir diretamente com o público, explicando seu processo criativo e inspirações.

Cada vez mais nos engajamos na missão de divulgar o MARCO - nós da organização e os artistas. Temos tido um retorno muito bom do público, principalmente nas exposições coletivas. Para nós é muito gratificante, principalmente quando recebemos visitas de veículos novos, como vocês do Ensaio Geral. Esse retorno, para nós que trabalhamos tanto, é maravilhoso.

Da Redação