Culinária | Da redação/com Campo Grande News | 03/05/2014 21h43

Chefs ensinam a respeitar comida de rua

Compartilhe:

Encontradas em qualquer esquina e a preços bastante acessíveis. Por isso, as comidas de rua são o tema gastronômico pela terceira vez em Corumbá, durante o Festival América do Sul. O objetivo dos chefs e especialistas de vários países é trazer requinte e qualidade à comida servida em trailers e barracas, sem perder a tradição de origem.

Apesar do apelo sul-americano do evento, os participantes puderam aprender os segredos de uma verdadeira pizza italiana, do mundo dos vinhos, da cerveja e até dos famosos cupcakes. Mas a América esteve presente com os tacos mexicanos, o ceviche boliviano e as empanadas argentinas.

Uma das organizadoras do evento, Vivian de Arruda, 32 anos, explica que o tema foi pensado para que as receitas servidas nas ruas de várias cidades pudessem ganhar em qualidade e que receitas típicas de países vizinhos conquistem ainda mais o paladar dos brasileiros.

“Nós temos muitas coisas sendo preparadas por aí e vendidas como se fossem pratos típicos dos países. Aqui os próprios chefs mostram o jeito certo de fazer”, explica.

Uma das aulas show mais disputadas do evento foi a do mexicano e dono de um badalado restaurante situado em São Paulo, Arturo Herrera. Ensinar aos corumbaenses o verdadeiro taco mexicano e aguçar o gosto pelo prato apimentado foi a missão de Herrera.

E logo de cara descobrir que os tacos mexicanos vendidos em muitas cidades não são em nada parecidos com os tradicionais da Cidade do México, traz à tona a discussão sobre o modo de preparação e a preocupação com as comidas de rua e a cultura impregnada nelas.

“Esse taco com a massa dobrada é americano e não mexicano. Lá, nós comemos na massa de milho ou trigo aberta e o jeito é bem diferente. Por isso, é importante que as pessoas busquem informação sobre os pratos, dos mais simples aos sofisticados”, diz.


Com a receita tradicional, Arturo mostrou que é possível preparar o prato em 30 minutos. Na preparação, ele usa alcatra grelhada para o recheio e a famosa guacamole, molho feito a base de abacate, com azeite e tomate. Legumes são cortados e tudo é colocado em uma massa fina com queijo para finalizar. O resultado final é bem diferente dos tacos vendidos em muitos locais.

E não é preciso ir longe para ouvir depoimentos de gente indignada com a comida de rua vendida no Brasil, principalmente nas regiões de fronteira. O boliviano Artor Ardaya, 52 anos, vive em Corumbá e trabalha com a venda de saltenhas.

Ele faz questão de dizer que a maioria do que é vendido do Brasil não condiz com o item típico da cozinha boliviana. “As pessoas fazem de um jeito diferente e acabam enganando. Na verdade, pra saber como é o prato ou tem que ir pra Bolívia ou comprar de mim”, brinca.




VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS