Cursos | Da redação/com Campo Grande News | 02/04/2014 13h01

Arquiteto ensina desde o poder do limão até acabar com memórias ruins

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Campo Grande (MS) - Mudar a rotina de quem não cultiva rituais ou sutilezas ao longo do dia, parece tarefa inglória. Mas basta uma conversinha à distância com o arquiteto Carlos Solano para uma durona como eu pensar melhor no assunto. “A minha casa é do tamanho que dou conta de varrer”, frase que de cara conquista quem não vê lógica alguma na ostentação.
ul-mato-grossense de Bela Vista, bem pequeno ele deixou o Estado com os pais e agora é um mineiro por encantamento. Roda o mundo buscando contribuições culturais que tragam harmonia, felicidade em pequenas doses e criem “um novo jeito de existir no mundo”.

Para quem só percebe que está em casa na hora de ligar a televisão, pode parecer delírio zen, mas Carlos Solano convence até pela economia.

Um “limpa tudo” caseiro, por exemplo, exige meio litro de água, quatro colheres de vinagre branco comum, duas colheres de chá de bicarbonato de sódio e gotinhas de limão. “É um super curinga da limpeza caseira, uma fórmula simples e econômica que ajuda na remoção das gorduras e desinfeta, pois o vinagre é um ácido. Se não tiver limão, use erva cidreira ou eucalipto. Para dar espuma, é só acrescentar um pouquinho de detergente biodegradável (é só ler no rótulo). O vinagre pode ser usado para eliminar odores da casa e manchas. Se a geladeira está com mau cheiro, ponha um copinho com vinagre”, recomenda.

Essa apenas uma das receitinhas que ele vai ensinar durante o curso “Casa Natural”, que ministra a partir do dia 4 em Campo Grande. São ensinamentos de muita caminhada e experiência como colunista da sessão Casa Natural na revista Bons Fluidos, além dos dois livros publicados: Feng Shui – Arquitetura ambiental chinesa e Alma da Pedra.

Aos interessados, Solano antecipa, as flores de laranjeira levantam o ânimo, as do limoeiro servem para desintoxicar, as pétalas de girassol iluminam, um galhinho de arruda serve de inseticida e espanta o negativo, seis folhas de hortelã são suficientes para ajudar na digestão e abrir caminhos. Juntando tudo, o chá ainda pode ser misturado na água da faxina e espalhado com pano de chão para dar uma força contra o que de ruim estiver rondando.
Detalhe da casa de Carlos SolanoDetalhe da casa de Carlos Solano

Fim às memórias ruins  - Para quem guarda dentro de casa “memórias dolorosas”, Solano aconselha um “destralhamento”, a liberação das “tralhas” ou do que não nos serve mais. O ritual para dar a volta por cima, segundo o arquiteto, é impregnar o lugar com aspirações positivas. “Por meio de uma pintura terapêutica, por exemplo, na qual escrevemos sobre as paredes”.

O especialista recomenda abrir mão de roupas que não gosta ou não usa há um ano, de coisas quebradas, lascadas ou rachadas, de velhas cartas, de plantas mortas e até de remédios vencidos. Depois, é só jogar sal grosso nos ralos, usar um prato com carvão no quarto e deixar um ramo de boldo em um copo d’água para purificar.

Hoje, Carlos mora em uma casa de ecobloco, tijolo feito com resíduos de construção e demolição. A morada “capta a água da chuva, tem algumas paredes pintadas com tinta de terra e se abre para o coração da montanha, uma forma natural em forma de coração estampada na Serra da Moeda que fica bem em frente à minha sala”, diz.

Quando viaja, leva óleo essencial e escolhe entre uma pequena lâmpada-bolinha azul, para a cromoterapia, ou um talismã para melhorar os ares do quarto de hotel, no popular: penduricalhos. “Existem penduricalhos feitos com conchas, ou pedras, ou pétalas de flores e sementes, a depender do caso... Existem também as jóias ambientais, penduricalhos mais requintados feitos com pedras semi-preciosas”, explica.

Na avaliação dele, a forma de se vestir é outro tipo de morada que merece atenção. “Existe a pesquisa do cientista japonês Masaru Emoto, com o qual estive pessoalmente, que ilustra bem isso. Ela foi publicada no livro Mensagens da Água, um best-seller mundial. As fotos do livro, dos ‘cristais’ de água, comprovam que a água é influenciada por imagens, palavras, sentimentos e cores. E, embora não pareça, o nosso corpo é feito de 70% de água... O que colocamos sobre ele o influencia profundamente, tanto que os mestres chineses de feng shui, há séculos atrás, já indicavam vestuário com cores especificas para reequilíbrio pessoal.”

Entre uma indicação e outra, ele revela a fonte preciosa de muitas receitinhas: dona Francisca faxineira, uma parceria de mais de 15 anos. “No dia da faxina, ela jamais aparecia com as mãos vazias. Trazia sempre um pedaço de bolo, um recorte de jornal, uma muda de planta, e, invariavelmente, tinha muitas histórias para contar. Ela representa muito bem a sabedoria 'de raiz' da mulher que vive na nossa área rural”. Sortudo de quem tem uma dona Francisca para colocar afeto no dia.

Serviço: O curso Casa Natural será aberto na sexta-feira, às 19h, no Recanto das Ervas, na rua 13 de Junho, 1.592, esquina com a rua das Garças. Nos dias 5 e 6, a programação continua no Espaço Om Namastê, na rua Antônio Maria Coelho, 2.792. Nos dias 7 e 8, haverá o curso Ambientação e Feng Shui, também no Espaço Om Namastê, das 19h às 22h. Outras informações e inscrições pelos telefones 3211-6597, 9991-9702, 9994-8109 ou 9287-6433.

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