Dança | Da redação | 30/06/2017 06h23

Espetáculo Vir(tu)eu, contemplado com Prêmio Célio Adolfo, estreou nesta quinta com sucesso de público

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Explorar, por meio da dança, as novas formas de relacionamento humano desenvolvidas a partir das novas tecnologias digitais. Esta é a proposta do grupo Streetpop com seu novo espetáculo, Vir(tu)eu, contemplado com o Prêmio Célio Adolfo de Incentivo à Dança 2016 e que estreou na noite desta quinta-feira no Teatro Prosa do Sesc Horto.

Com o teatro lotado por uma “galera” jovem e bonita, os bailarinos do grupo encenaram, por meio do movimento, situações do dia-a-dia permeadas pela tecnologia, como o uso de celulares. O espetáculo teve início com os integrantes fazendo uma “selfie” no palco, e depois várias situações foram ilustradas, como o uso do Whatsapp, aplicativos de celular, fotografias digitais, mídias sociais, os bailarinos representando emoticons e personagens vivenciando relacionamentos com um toque digital.

O produtor e diretor do espetáculo, Edson Clair, disse que a ideia de montar um espetáculo abordando a temática dos relacionamentos e a tecnologia surgiu há quatro anos. “O espetáculo já tinha esse nome, Vir(tu)eu, aí decidimos desenvolver de fato essa ideia no ano passado. As relações humanas estão mudando, hoje não tem mais o toque, o olho no olho, as pessoas preferem o whatsapp e não mais telefonar umas para as outras. Como produto artístico, no espetáculo a gente pesa um pouco nas analogias para evidenciar o tema, mas não se trata de uma crítica, e sim um registro das situações”.

O orientador dramatúrgico Jair Damasceno explicou que o trabalho traz a intenção de cada bailarino, que apresentou uma proposta dentro do tema. “Juntei as ideias e orientei no sentido de que tivesse um caminho. Por mais que tivesse um intervalo, as coisas têm que ter um sentido, como a juventude vivencia a internet. Falamos sobre as relações humanas, estamos nos adaptando ao novo momento, em como as coisas acontecem e se transformam. Eu orientei a partir do que eles já tinha criado, e como trabalho com o grupo há seis anos, tenho facilidade para entender o que eles querem dizer”.

O youtuber Patrick Fernando, que colaborou com a música final do espetáculo, chamada “Laranja Mecânica”, do rapper brasileiro Rashid, falou que a música retrata a dependência tecnológica em que o mundo está mergulhado hoje. “Eu, por exemplo, respiro tecnologia 24 horas por dia, ganho minha vida assim, sou muito plugado. Hoje em dia mudou muito a questão dos sentimentos, não tem mais aquela interação como antes, as pessoas se escondem atrás de celulares para interagir. O espetáculo tentou mostrar que estamos plugados demais e precisamos de uma interação mais humana”.

Sobre o Prêmio Célio Adolfo, o diretor Edson Clair afirma ser de grande importância para a realização do espetáculo. “A gente consegue, graças ao Prêmio, realizar o trablho com a estrutura que a gente quer, a gente precisa desse incentivo. Quero que as pessoas aproveitem o espetáculo, é gratuito, venham ver nosso trabalho, que foi feito com muito cuidado e com muito esmero, para as pessoas refletirem e curtirem”.

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