Carolina Sartomen fala sobre o cineclube "Cinema de (H)orror"
Graduada em Letras, mestre em Estudo de Linguagens, a coordenadora e cineclubista Carolina Sartomen, é responsável pelo cineclube Cinema de (H)orror, projeto de extensão da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em parceria com o Museu da Imagem e do Som de Mato Grosso só Sul (MIS), que tem como o objetivo a mostra de filmes e debater sobre as representações imagéticas e sociais das produções de audiovisuais.
Ensaio Geral: Quando e como começou o Cinema de (H)orror?
Carolina Sartomem: No grupo de pesquisa nós estudávamos a iniciação científica de literatura, e o cinema sempre era mencionado. Tínhamos vontade de assistir os filmes juntos e debater sobre eles depois. Veio a proposta de a gente assistir no MIS, minha mãe trabalhava lá. Pensei que fosse um espaço adequado para a gente assistir e dialogar. E, quem sabe também, começar a divulgar as nossas pesquisas a respeito do horror, da violência, da morte na arte, na cultura e na sociedade. Formamos esse grupo e começamos a abrir para comunidade em geral. Isso em março de 2008, perguntei se eles tinham interesse de formar um grupo, e começar a exibir os filmes e propor debates. A professora e os alunos aceitaram. (...) Na época, pedi para professora assinar comigo o projeto quando fosse mandar para Fundação, porque eu era acadêmica do segundo ano, e teria mais respaldo se viesse junto com o nome da professora. Na época era Rafael Maldonado o coordenador do MIS, e ele levava bastante consideração, se viesse o nome da professora Rosana Zanelatto.
E.G: A Partir de que momento que o Cinema de (H)orror começou a ganhar um corpo?
C.S: Acredito que desde o início. Nós começamos a formar o grupo, e tivemos a sorte da Fundação ter uma assessoria. As atividades deles postam no site , e outros jornalistas acabam compartilhando as informações. Mas, o cineclube ficou mais forte quando foi para o Centro Cultural (Octávio Guizzo) em 2010.
E.G.: Por que Cinema de (H)orror?
C.S.: Porque nós analisamos, provocamos leituras voltados para esta temática nos filmes. Nem sempre os filmes são necessariamente violentos, mas a gente procura analisar, promover leituras em cima disso, em torno desta área. A gente analisa a partir desta perspectiva teórica.
E.G.: O que é horror?
C.S.: O horror seria a relação de poder, submissão, doença, miséria, fome, dependências, trauma e violência.
E.G.: Este ano, o Cinema de (H)orror promoveu a primeira Semana de Cineclubismo, Cinema e Educação de Campo Grande, como você esta experiência, o que mudou, que fatores levaram a criar esta semana? E que propostas podem começar a tirar depois da realização do evento?
C.S.: A ideia da Semacine surgiu quando participei da Jornada Nacional de Cineclubes, em Pernambuco, dezembro de 2010. Houve o encontro nacional, mas houve momentos as região se reuniam. Neste momento, cada estado da região Centro-Oeste ficou responsável por promover um encontro regional no seu estado. E, Mato Grosso do Sul foi o último deles a promover. As expectativas futuras que a Semacine seja ampliada, que venha ser melhor estruturada, isso tanto para receber os convidados, e quanto para nos fortalecer internamente.
E.G.: Qual a importância de se criar um cineclube?
C.S.: O cineclube tem a função de promover a acessibilidade da cultura. Divulgar bons filmes gratuitamente para a comunidade, e despertar o senso crítico. Então ele tem o papel cultural, social e educacional. Isso faz melhorar a leitura de mundo das pessoas de uma maneira geral.
E.G.: Qual a ideia do cineclube?
C.S.: A ideia do cineclube é de ser aberto e democrático. Justamente ele tem esta perspectiva política, crítica e social.
E.G.: Quando o Cinema de Horror vai retornar suas atividades?
C.S.: Vai retornar suas atividades dia 24 de abril. Mas a gente está pensando qual vai ser o filme de estreia, quem vai se o mediador. Ainda está em aberto.
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