Entrevista | JD1 Notícias | 02/06/2016 14h52

Jenner Melo

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Vocalista da banda Bella Xu, Jenner Melo fala sobre a banda, a participação no programa SuperStar e os novos projetos.

Depois do sucesso no SuperStar, reality musical da Globo, a banda BellaXu volta a se apresentar em Campo Grande na próxima sexta-feira (3), durante o Campão Rock Festival. O evento será realizado no Grand Mere Buffet.

Para esta edição, também estão confirmadas as bandas Curimba e Winchester.

Confira entrevista com o vocalista da Bella Xu, Jenner Melo, sobre a banda, a participação no SuperStar e os novos projetos.

Foi difícil ser uma banda de pop rock em Campo Grande, que é uma cidade conhecida pelo sertanejo?
Em Campo Grande, isso até que não dificultou. Não se pode negar a supremacia do sertanejo em Campo Grande, já que o estilo está enraizado e faz parte da cultura daqui e do estado todo. O estilo domina as rádios e existem muito mais casas noturnas, festas e shows de sertanejo que de outros estilos. Isso fez com que a Bella Xu servisse de refúgio pra muita gente que, mesmo gostando do sertanejo, estava saturada, não só falando de público, mas até mesmo de organizadores de eventos e de veículos de comunicação.

Por que vocês se mudaram para São Paulo?
Sentíamos uma dificuldade muito grande em tocar pra fora de Campo Grande, primeiro porque no interior do estado o sertanejo prevalece MUITO mais. Fizemos shows em inúmeras cidades no interior, mas a frequência desses shows era baixa (com exceção de Dourados, onde fizemos inúmeros shows). Em segundo lugar, porque Campo Grande fica a uma distância considerável de cidades que consomem pop rock. Por conta disso, um show da Bella Xu acabava sendo inviável para contratantes de outros estados (como SP, MG, RJ, etc...). Estando em São Paulo, você tem todo o interior de SP, MG e RJ a sua volta, reduzindo custos de logística pra esses lugares que consomem muito mais o pop rock. Além disso, em Campo Grande todos morávamos com os pais, cada um tinha seu círculo de amigos, éramos amigos tinham uma banda. Morando junto, a história mudou completamente. Hoje, somos irmãos. Moramos em uma casa de dois quartos (já chegamos a morar em 8 aqui). Isso acaba dando uma intimidade que, no palco, vale mais que muito ensaio. Você olha pro lado e sabe o que o cara vai fazer. Só assim encontramos nossa identidade no som. E mais: a vivência de morar sozinho, tomando conta da sua vida, por si só já te faz crescer muito e, em São Paulo, isso é multiplicado por 10. Sua cabeça muda, suas prioridades mudam. Cada um aqui teve uma evolução pessoal muito grande e isso acaba "passando" pro som.

Como foi esse processo de transição para outra cidade?
Não foi fácil. Erramos muito, "tomamos vários tapas na cara". São Paulo é uma cidade difícil. Ela te engole. O ritmo é outro, a cultura é outra. Até você começar a entender essas coisas, você passa por inúmeras situações que te desestabilizam emocionalmente. Mesmo assim, somos muito gratos. Tudo o que vivemos aqui nos transformou pra melhor. Um amigo nosso sempre nos dizia: "Mesmo que vocês passem um ano lá e voltem, esse ano vai fazer total diferença na vida de vocês!". Ele não poderia estar mais certo (risos).

É possível viver de música?
Claro! É difícil, como qualquer profissão, mas é preciso exatamente encarar a parada como profissão! Você precisa se dedicar e investir tempo e dinheiro. Para ser médico, você faz 6 anos de faculdade, 2 anos de residência e então você começa a ganhar a vida. Pra música, o raciocínio é parecido. Você não vai ganhar a vida em 2 anos de banda, por exemplo (a não ser que tenha um investimento MUITO alto por trás). Você precisa construir uma carreira, uma base de fãs e divulgar o seu trabalho. Como não existe uma faculdade de gerenciamento de carreira, é preciso estudar o que os outros fizeram e tentar adaptar isso pra sua realidade (e obviamente contar com profissionais que podem te ajudar, como um produtor). A faculdade de música te dá conhecimento musical, mas isso por si só não basta. Você precisa saber o que fazer com a música depois que ela está pronta.

Como foi participar do SuperStar? Vocês esperavam ser selecionados?
Foi uma maluquice sem tamanho (mas das boas)! De repente, estávamos lá tocando nossa música pro Brasil inteiro, ao vivo, na maior emissora do país, com a Sandy, o Paulo Ricardo, a Daniela Mercury e a Fernanda Lima assistindo (risos). A experiência mudou tudo! Conquistamos fãs de norte a sul do país. Passamos a receber propostas de inúmeros lados, desde convites pra tocar até pessoas querendo trabalhar conosco (como assessores de imprensa/rádio, produtores, empresários, etc). O convite pra seletiva nos pegou de surpresa. Acho que não dormimos uns dois dias depois da ligação, afinal era um passo muito grande pra gente.

E depois do programa? Como foi a recepção do público? Os shows estão enchendo mais?
Nossas redes sociais cresceram bastante, principalmente as de streaming, onde as pessoas nos ouvem. As execuções das músicas e views nos vídeos se multiplicaram. Surgiram fã-clubes novos e diariamente recebemos mensagens de novos fãs, nos parabenizando e torcendo por nós. O público nos shows aumentou também, mas o mais gratificante é que a quantidade de pessoas que cantam as nossas músicas no show aumentou!

Quais os próximos projetos da Bella Xu?
Estamos com um disco no forno! Ele foi gravado num dos maiores estúdios do país, o VIP (justamente onde gravam os maiores nomes do sertanejo, como Jorge & Mateus, Michel Teló, Luan Santana, Bruno & Marrone, entre outros. Em 2015, gravaram por lá Fábio Jr. e Jorge Ben Jor) e foi produzido pelo nosso amigo Bruninho Cerri, da dupla Bruninho & Davi. Ele será lançado no segundo semestre!

JD1 Notícias

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