Entrevista | Estevan Oelke | 24/08/2015 15h23

Marcos Roker

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Marcos Roker

O Ensaio Geral entrevistou nesse mês o novo secretário municipal da cultura, Marcos Roker. O cantor e compositor natural de Guarapuava (PR),  está a frente da Fundação Municipal de Cultura (Fundac). Além de músico é formado em marketing e gestão, já trabalhou como assistente parlamentar e diretor de criação em uma agência de publicidade. Acompanhe a entrevista com ele na íntegra.

Ensaio Geral: Com a entrada recente, o que podemos esperar de Marcos Roker a frente da pasta?

Marcos Roker: Vou buscar conduzir a pasta junto com a categoria para que possamos passar esses momentos mais críticos de falta de investimento conversando. A arte quase sempre encontra uma dificuldade financeira, mas acreditamos que com a classe junto discutindo, ponderando, somando e agregando, podemos passar esse momento de crise financeira.  Mesmo nesse momento em que a economia brasileira anda mal, estamos conquistando alguns objetivos inesperados, como a descentralização da arte. Nós levamos a Fundac para os bairros, promovendo o maior número de ações para a comunidade, e principalmente aos alunos para que possamos fazer um trabalho de dormação de público, aproveitando todas as artes que temos na pasta.

EG: As gestões anteriores focavam muito na música, então você acha o público anseia por outros ramos da cultura?

Marcos: Sim, quando falamos em cultura temos a literatura, as artes plásticas, o artesanato, o teatro e vários outros ramos. Nós temos um projeto chamado de integração cultural, que busca levar a arte para dentro dos terminais de ônibus, com vários temas em pauta como a preservação do patrimônio público, o bullying, a violência contra mulher, o combate às drogas, para levar ao público uma consciência maior. A música em determinados momentos é nosso carro-chefe, ela acontece, pois ela é mais impactante, é momentânea, mas mesmo nesse segmento, nós queremos aproveitar todos os gêneros, oferecer isso principalmente aos estudantes para que entendam também a música clássica e a música erudita, além das que ouvimos na televisão. 

EG: A cultura assim como o esporte, é um instrumento para tirar as crianças das ruas, da violência. Existe algum projeto para atrair esse público?

Marcos: Às vezes temos projetos para uma determinada escola ou bairro, mas também buscamos deixar conteúdo cultural sempre disponível para os educadores para que circule não só nas escolas, mas para a população em geral. Nós temos o cinema, as oficinas, os shows musicais como o Só Rock no Horto e o Som do Coreto, além de projetos com parcerias privadas em toda a cidade. A cultura é uma ótima ferramenta para a socialização, para transmitir conscientização e agregar conhecimento.

EG: Como o senhor chegou até a liderança da pasta?

Marcos: Como sou do ramo musical, estou a muito tempo no meio, então o prefeito Gilmar Olarte me convidou por conhecer meu trabalho. A pasta estava com um diretor interino, o Rodrigo Pimentel, e o prefeito estava fazendo uma pesquisa para ver escolher alguém para assumir esse papel. Essa pasta é muito específica, precisa de alguém que conheça da área, não é simplesmente uma gestão administrativa, mas também conhecer a classe, e dialogar com os artistas. Eu sei que o momento financeiro não é o melhor, mas acredito que em breve tudo volte ao normal, e enquanto presidente quero fortalecer o laço com a classe. 

EG: Como artista e agora a frente da pasta, como pretende apoiar movimentos iguais ao SOS Cultura nesse momento de crise econômica?

Marcos: A classe artística dispõe de muita inteligência, nós vivemos um momento de crise que não serve como muro para nos impedir de fazer o que deve ser feito, mas temos que considerar que o recurso que está em falta, não pode ser substituído por outra coisa. A criatividade artística nos faz conseguirmos continuar trabalhando, fomentando e fazendo o que é possível. Em relação ao SOS Cultura, a nossa proposta é dividirmos a presidência com o segmento, sem hierarquia de gestão, pois a pasta é dos artistas e tudo terá que ser ouvido e tratado. Não é sempre que a presidência está certa e quando acharem que estamos errando vamos ouvir e corrigir. O SOS, o fórum e a sociedade são primordiais para que possamos fazer um bom trabalho para Campo Grande.

EG: O que podemos esperar de Marcos Roker como pessoa?

Marcos: Eu tento me dedicar ao máximo em tudo que faço, acredito na cultura como forma de melhorar as coisas tanto na coletividade quanto no individual. Tenho a responsabilidade dentro da capital de consolidar a arte e a cadeia produtiva da cultura, nessa cidade que ainda é jovem.

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