Destaques | Diário do Rio de Janeiro | 09/05/2020 13h25

Artista plástico Abraham Palatnik morre vítima da Covid-19

Compartilhe:

Inaugurador da chamada arte cinética no Brasil, o artista plástico Abraham Palatnik morreu hoje pela manhã (9), aos 92 anos. O pioneiro pintor, que também é muito conhecido por sua série de animais em acrílico, estava internado no hospital Copa Star, em Copacabana. Ele sofria de doença pulmonar que acabou por se agravar por conta da COVID-19, que acabou causando sua morte. Ele teve pneumonia no fim do ano passado.

A “arte cinética” ou “cinetismo”, da qual são grandes expoentes no mundo Victor Vasarely e Alexander Calder, é um movimento artístico moderno das artes plásticas, surgido em Paris na década de 50. Como indica a própria nomenclatura, é uma arte vibrante e dinâmica que tem como principal característica o movimento, rompendo com o caráter estático da pintura e da escultura.

Palatnik ingressou pelos caminhos do cinetismo ao buscar o movimento a partir de obras de arte que buscavam unir cores, luzes e elementos mecânicos. Inovação no Brasil, a arte cinética acabou por demorar a ser aceita. A obra cinecromática “Azul e roxo em seu primeiro movimento” foi enviada à I Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, e quase foi desclassificada, pois a obra não era nem pintura nem escultura! Desde então, seu nome jamais deixou de ser associado ao que há de mais progressista na arte.

Abraham foi reconhecido mundialmente como um dos pioneiros da arte cinética e este reconhecimento garantiu a presença de suas obras em alguns dos principais museus do mundo como o MoMA, em Nova York.

Palatnik está também presente nas principais coleções de arte do Brasil. Seus quadros mais recentes atingem cifras nas centenas de milhares de reais, e alguns dos mais antigos, dos milhões de reais, inclusive nos leilões de arte. Seus divertidos animais em resina (foto abaixo), produzidos em série, são mais acessíveis e podem ser adquiridos por valores a partir de dois mil reais, normalmente. Para uma lembrança do grande artista potiguar radicado no Rio desde 1947, o valor é muito convidativo.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS