Destaques | Diário Causa Operária | 25/05/2020 09h35

Cinemateca, um símbolo do descaso com a Cultura

Compartilhe:

A cinemateca em enchente de fevereiro deste ano na unidade de Vila Leopoldina, São Paulo, teve ao menos 113 mil cópias de DVD destruídas. São cópias de curtas e longas metragens de várias épocas. A coleção foi criada entre 2007 e 20013 para difundir o cinema nacional em pontos fora do circuito comercial.

Foram danificadas obras como São Paulo S/A (1965) de Luís Sérgio Persons, Terra em Transe de Glauber Rocha (1967), O Homem do Sputnik (1959). E também obras recentes como DVD de Durval discos(2002), Anna Muylaert, e ainda, Houve uma vez dois verões (2002) de Jorge Furtado, mais obras de Carlos Manga e Marcelo Gomes dentre outros.

O projeto da cinemateca era a difusão do cinema enviando cópias aos centros culturais, escolas, universidades, cineclubes, espaços culturais administrados pelas prefeituras e outros. Em 2012 contavam com mais de 1800 pontos de exibição e atingiram cerca de meio milhão de espectadores, segundo relatório da instituição.

Em 2013, quando então Marta Suplicy era Ministra da Cultura, uma auditoria fez parar os repasses de verbas para a SAC (Sociedade Amigos da Cinemateca), que recebia repasses do governo e ainda exonerou o então diretor Carlos Magalhães. A partir desse momento a cinemateca começa a sofrer desmonte.

Ficou meses sem diretor, com quadro de funcionários reduzido e sem salários, e ainda o laboratório parado. Em 2016 sofre incêndio perdendo 731 títulos dos 44 mil guardados na cinemateca. Em 2018 no governo de Michel Temer, foi transferida para o grupo ACERP (Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto), através de contrato que venceu em dezembro de 2019. A partir de então vem sendo gerida por contrato emergencial.

Essas são as informações da matéria no sitio da Terra.com – BBC News Brasil em Londres, que as solicitou junto à instituição pela lei de acesso à informação.

Observamos que a cinemateca vem sendo destruída por descaso dos governos da direita, desde que deram o golpe de estado em 2013. Ela passou por enchentes, incêndios, abandono, e pelo visto não sairá do caos em que se encontra.

Sabemos que a política do fascismo é combater toda a cultura vigente na sociedade, e implantar a ideologia deles. Por isso foram queimadas pilhas de livros, e tantas obras de arte durante os governos fascistas de Hitler, Mussolini, Franco, Salazar, etc.

A política neoliberal trata de impor um estado mínimo, e dentre outras coisas, não investe em cultura, gerando o que aconteceu com a cinemateca, e foi o mesmo destino que teve a catedral de Notre Dame na França. O neoliberalismo não investe no social, mas investe pesado no sistema financeiro e grandes empresas para salvá-las da crise provocada por elas mesmo.

Agora o presidente indica a fascista Regina Duarte para ficar à frente da cinemateca. Ela não tinha força para o ministério da Cultura e agora vai fazer o quê com o destino da cinemateca que já se encontra em frangalhos:?

Seria a liquidação definitiva? É o mais provável, já que os nazistas não são adeptos de cultura e tem ódio ao povo.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS