Destaques | Jeozadaque | 06/02/2009 09h08

"Fabíola Marques" fala sobre o Centro Cultural e a cultura local

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A Capital do Estado possui diversas opções de espaços culturais um deles é o Centro Cultural José Octávio Guizzo, que além de receber oficina e cursos ainda guarda outros espaços voltados à cultura que são referencia, como o “Teatro Aracy Balabanian”, a “Galeria Wega Nery” entre outros. Um espaço como este precisa de uma coordenação para que possa atender a todos eventos e ações culturais. A Coordenadora do Centro Cultural José Octávio Guizzo e Gestora de Produção Cultural, “Fabíola Marques” recebeu a equipe do site de cultura regional “Ensaio Geral” e falou sobre o Centro Cultural, os artistas locais, a posse de “Athayde Nery” e muito outros assuntos. Confira: Ensaio Geral: O que significa para você estar à frente do Centro Cultural? Fabíola Marques: Pra mim é uma honra imensa porque eu comecei minha história com a cultura nessa casa. É a primeira unidade destinada totalmente à cultura no Estado. Aos 15 anos eu fiz cursos aqui, o primeiro trabalho que fiz junto a tve foi gravado aqui no “Teatro Aracy Balabanian”, antes mesmo da inauguração, quando a estrutura era só em madeira. Então voltar para cá depois de 20 anos e encontrar um espaço que estava bastante abandonado e ter a oportunidade de resgatar e atribuir uma posição de Centro Cultural reunir a comunidade da cultura e das artes de volta aqui para intercambio e troca de informação pra mim é muito instigante e enriquecedor. EG: Qual a importância do Centro Cultural para a região? FM: Um Centro Cultural ele tem uma característica de catalisação, ele reúne, ele concentra muita informação e muitas ações culturais. Hoje nós temos uma atuação básica, nós ainda não chegamos próximo do que pretendemos atingir, mas ainda assim, hoje nós somos referência. É aqui que as pessoas se reúnem pra cursos sobre editais, elaboração de projetos, produção cultural, é aqui que concentra todas essa informações, então, quando o Estado comparece aqui no Centro Cultural tem acesso a todas essas informações. Aqui nós também abrigamos o “Fórum Cultura Regional e Municipal” em reuniões mensais, enfim, eventos e cursos diversos para a informação. Então a comunidade de todo o Estado vai encontrar aqui sempre um referencial de pra onde ir com sua cultura. EG: O que você achou do “Athaide Nery” ter assumido a presidência da Fundação Municipal de Cultural (Fundac)? FM: Olha, nós esperamos que ele faça uma boa gestão. A “Fundac” até aqui sempre teve grandes nomes, tivemos aí “Verônica Nogueira”, o próprio professor “Américo Calheiros”, “Solimar Alves” e agora com o “Athayde” nós desejamos a ele uma próspera administração e que ele consiga enriquecer ainda mais a cultura municipal. Inclusive, porque ele enquanto vereador foi o proponente do projeto que depende a mudança na constituição que traz para o município 1% de incentivos de aplicação de recursos na cultura. Então nós esperamos que à frente da “Fundac” ele consiga materializar todos essas propostas da câmara. EG: Como está a visitação do público ao Centro Cultural? FM: Nós temos em média em época normais cerca de 500 pessoas por dia, desde visitantes das galerias até participantes dos cursos, das oficinas e dos eventos de teatro. EG: Para você este número é satisfatório? FM: Ele é melhor do que nós encontramos aqui há três anos atrás. Hoje a nossa meta é chegar à média de 1500 pessoas por dia. EG: Qual a estratégia de marketing que vocês utilizam para chamar o público ao Centro Cultural? FM: Inicialmente nós não estamos trabalhando hoje com uma chamada muito grande de público porque a casa precisa de alguns reparos. Nós estamos trabalhando com um projeto junto a senadora “Marisa Serrano”, já houve uma aprovação dos recursos e nós aguardamos este recurso para materializar algumas reformas, para que esta casa possa abrigar o público com maior conforto, o teatro precisa de reparos urgentes, toda a unidade precisa de uma manutenção intensa. Por isso hoje nós não trabalhamos com o marketing direto. Nós não vamos para a televisão, para o rádio ou para os outdoors. Nós trabalhamos com um marketing bem pessoal via internet e a mídia espontânea. Após esta reforma temos projetos de uma agenda cultural não só junto à televisão, mas sim a todas as mídias. EG: Por falar em mídia, ela tem ajudado na divulgação cultural? FM: Bom, eu trabalho há 23 anos com produção cultural e penso que nenhum produtor no Estado pode reclamar da mídia. A Mídia no Estado é muito generosa. Um exemplo, no Sul para o seu release ser publicado em jornal você tem que trabalhar muito e a possibilidade ainda é bem pequena, aqui no Estado todo o material que a gente encaminha é divulgado. Inclusive, a gente tem o costume de dizer que o Centro Cultural não trabalha com uma estratégia intensiva de marketing, mas estamos todos os dias na mídia. EG: Quanto aos artistas, eles têm procurado os editais que estão abertos? FM: Olha nós temos assim, com relação a editais de cursos e oficinas tem uma procura bem razoável, isso aqui no Centro Cultural não sei nas outras unidades culturais, já no quesito artes plásticas os artistas tem uma participação muito pequena. Tivemos alguns interessados do interior do Estado e curiosamente de São Paulo. De Campo Grande mesmo, o artista local tem trabalhado com outros espaços, nós queremos intensificar a participação dos artistas plásticos locais. EG: Qual seria a razão para esse desinteresse? FM: Acho que é uma realidade, este espaço foi pouco valorizado nos últimos dez anos, um espaço que foi abandonado. A partir dessa administração, que se iniciou em 2007, nós tivemos pequenos incentivos para melhorar a unidade, mas já é outra casa, diferente, as pessoas comentam que este espaço já é diferente do que era há alguns anos atrás. Com essa mudança, que é gradativa, é lenta, muda também à imagem que o próprio artista tem de um espaço central com uma galeria muito bacana, mas que ainda está se firmando como uma referência no Estado. EG: Fabíola, ao seu ver o que é necessário para a cultura local alavancar ainda mais? FM: Acho que não falta nada. Acho que a nossa cultura possui uma riqueza estupenda e sempre penso e reflito que falta ao próprio produtor, ao fazer cultural o orgulho do que é seu, o fazer com o melhor potencial possível, porque incentivo há, não só local como também federal, das Ongs, das Multinacionais. Hoje, você procura incentivo para a cultura e encontra. Então eu penso que falta a produção local ter orgulho do que é seu. Nós temos uma identidade riquíssima, valorizada, múltipla, e tem que ter orgulho disso, é o que projeta os nossos artistas, aqueles que levantam a bandeira se projetam tanto aqui como fora também. Um exemplo é “Geraldo Espíndola” que roda o mundo todo ano levou a nossa música para fora. Foto: Acervo pessoal de Fabíola Marques

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