Festival | Da redação | 27/07/2018 09h35

Folguedo nordestino conquista público no cortejo de abertura do Festival de Bonito

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A integração cultural esteve presente no cortejo de abertura do 19º Festival de Inverno de Bonito. Este ano, o grupo Camboi, de Pernambuco e Paraíba, trouxe o folguedo conhecido como Cavalo Marinho, transmitido há mais de cem anos pelos mestres da cultura popular. O colorido das roupas, dos arcos, confeccionados pelos próprios participantes, os bordões e o ritmo dado pelos instrumentos populares contagiaram o público.

Os acadêmicos de Artes Cênicas da UEMS vieram de Campo Grande especialmente para compor o cortejo. Participaram dos três dias de oficina, em que os três integrantes do Camboi que vieram para Bonito, Glício Lee, Marquinhos Silva e William Pimentel, explicaram os passos para os participantes. A dança com o “bater pisado” (o aquecimento) e o “bater mergulhão” (um desafio para ver quem desenvolve melhor os passos); a música com os instrumentos fabricados pelos próprios participantes, como a rabeca, o pandeiro, o ganzá e o bage de taboca, e o teatro, com a encenação das “figuras”, que são personagens que existiram na região, representados por máscaras, além de animais, como o boi, são os elementos presentes no “Cavalo Marinho”.

A professora da disciplina de Danças Brasileiras da UEMS, Gabriela Salvador, acompanhou seus alunos no cortejo. “Nas aulas a gente trabalha o corpo brasileiro que dança, buscando na cultura popular a forma de esse corpo se expressar. Passamos o ano todo estudando danças brasileiras e este ano foi a primeira oportunidade de os alunos participarem”.

A professora ficou muito feliz pelo fato de o Festival deste ano contemplar na abertura a dança brasileira. “É uma oportunidade de expandir o conceito de arte e cultura. A dança brasileira normalmente é negligenciada de uma forma geral, mas com este cortejo, os próprios moradores da cidade têm oportunidade de ver isso aqui, esta dança”.

O campo-grandense João Trindade vem todo ano ao Festival com sua esposa, Sueli, e desta vez, trouxeram a netinha Joana. “É a primeira vez que nossa neta sai de Campo Grande. A ideia de trazê-la é para ela criar essa harmonia com a natureza, para que ela venha todos os anos. Bonito é um exemplo mundial de preservação. Os turistas aqui estão muito comprometidos com a natureza, que é algo muito particular no Brasil”.

Sobre o Festival, Trindade afirma que este ano está “bem melhor que o ano passado”. “Eu sabia que ia vir este grupo de Pernambuco para a abertura. Este balanço aqui, este batuque, você não tem como fugir. Está no sangue do brasileiro, é nosso isto aí”.

Glício Lee, do grupo Camboi, era só alegria e animação ao conduzir o cortejo. “O grupo está muito feliz de estar aqui, é uma honra para nós. A gente entrou com o pé direito para dar sorte e ter mais no ano que vem. Agradeço ao pessoal da UEMS que ajudou a compor o trabalho. Estou muito feliz com a recepção do público, com muito calor, eles aderiram à nossa cultura. Você apresenta algo diferente e o pessoal participa. Diversidade é isso!”.

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