Na praça que recebe o mundo, FIB apresenta sua essência
Atrações pipocam em todo canto, principalmente nos “segundos dias” do Festival de Inverno de Bonito. Quem já esteve em alguma das 19 edições anteriores sabe que, mesmo assim, tem um horário em que a atração é a Praça da Liberdade e suas – muitas – opções de apresentações, principalmente de dança e artes cênicas.
O entardecer no Festival de Inverno de Bonito acolhe tudo e todos. E, no segundo dia de sua 20ª edição, foi abençoado. Esquentou o clima, garantiu o passeio e foi mais uma vez palco de artistas – inseridos ou não na programação oficial – apresentarem trabalhos sempre surpreendentes.
Antes de chegar na Praça, subindo pela Rua Pilad Rebuá, música agradável que atrai olhares e ouvidos. Philip Andara na flauta e Carlos Alfeu no violino recebem o intenso fluxo de pedestres. Ambos formam o Duo Callado e apresentam choros, bossa nova e até clássicos do rock. Vem chegando o povo, e a pegada suave e intimista alcança todos os gostos.
Quem está na Praça ouve este e outros sons, sente os cheiros de pipoca doce e deixa o sol esquentar a pele o tanto que for possível. Mas uma parte decide ir até a Caixa Cênica, umas três quadras dali. E no palco fechado, do teatro tradicional, a Cia. Truks apresenta a “Expedição Pacífico”, um espetáculo mágico que educa os pequenos e ajuda na reflexão dos maiores.
Dois criativos catadores de lixo são capazes de construir, de quase nada – apenas sacolas e lonas plásticas – um mundo fantástico de diversão, bom humor e muitos sonhos. Na medida em que recolhem o lixo da grande cidade, o transformam em verdadeira poesia visual, criando belíssimas imagens, divertidas criaturas e incríveis cenários.
Quando a peça termina o sol já se despediu. Palco pronto na Praça para um espetáculo. Dança sem som. Totalmente interativa. Um convite para explorar o encanto, o sorriso e a nossa abertura para o novo. “Deriva”, de Ralfer Campagna e Jackeline Mourão, envolve quem já busca aconchego ao friozinho da noite.
O conceito é bem interessante: o tema é a fronteira desviante entre a cidade e o indivíduo, entre o privado e o público. Os limites elásticos dos encontros, desencontros, caminhos e caminhantes. Por isso a interatividade é sua essência. E as reações, sempre positivas.
Tem trilha sonora para quem desce para o Palco das Águas. El Trio recebe com improvisos jazzísticos quem busca os shows desta noite. Adriel Santos, Gabriel Basso e Gabriel de Andrade levam a bateria, baixo e guitarra a um novo patamar. Já quem fica acompanha o Circo Zanni. E para ele, a surpresa, como já adiantamos aqui, é a magia de um circo executado em um lindo palco, cercado de crianças e adultos encantados. Um circo que referencia o clássico, mas que é feito de jeito novo.
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