Fasp promove integração cultural com programação em Puerto Suárez
A 14ª edição do Festival América do Sul Pantanal cumpre o seu papel de integração entre os países sul-americanos. No fim de tarde desta sexta-feira (25.05) a programação foi em Puerto Suárez, na Bolívia, com apresentações representativas das regiões e países contemplados pelo Festival.
A população local compareceu em peso no Mirante Turístico da cidade, localizado no final da Avenida Bolivar, para prestigiar os artistas que se apresentaram: Ballet Municipal da Comunidade Escolar de Puerto Suárez; Grupo Cultural de Carmen (da cidade de Carmen Rivero Torres, na Bolívia); Duo del Centro Cultural Portenho (Puerto Suárez, Bolívia); os músicos Mauricio Montero e Loly Arce Montero (Bolívia); grupo de capoeira Rasteiras e Baianadas (Corumbá); Companhia de Dança do Pantanal (Corumbá); Orquestra Vai Quem Vem (Corumbá) e exposição de obras do artista plástico Adan Hyos Abrego (Bolívia).
Para o vice-prefeito de Puerto Suárez, Sabat Ocinaga Severiche, a apresentação desta sexta-feira é uma excelente oportunidade para integrar todos os países do Festival. “É uma forma de conhecermos as músicas, danças e a forma de pensar, a visão que outros povos têm da cultura em si, encontrar pessoas que têm espírito enaltecedor apegado à parte cultural e bela que é a vida. Não há egoísmo e interesse, se todos vivêssemos esse conceito e filosofia de vida, nossa fronteira seria diferente”.
A secretária de Turismo de Puerto Suárez, Maria Nela Ortiz Banegas, que também é professora de Turismo para alunos do Instituto Tecnológico German Busch, recepcionava a todos com petiscos típicos da Bolívia, como empanadas, chipas, pães de arroz e a tradicional bebia mocochinchi, feita à base de pêssego, cravo e canela. Maria Nela é a coordenadora Brasil-Bolívia do Festival, e para ela, este evento é muito importante, porque “além de entrelaçar povos irmãos, traz a cultura de ambos os países fronteiriços [Brasil-Bolívia] e ensina às crianças e demais participantes a importância cultural que as regiões possuem”.
Jessica El Hage, diretora de Cultura de Puerto Suárez, assessorava os bailarinos do Ballet Municipal da Comunidade Escolar de sua cidade. Ela explica que os bailarinos apresentaram uma coreografia do ritmo “chovena” e um pout-pourri com os ritmos do oriente da Bolívia, como o brincado, o taquirari e o carnaval. “Estamos muito felizes em participar, estamos muito agradecidos pelo convite que nos fizeram. É uma satisfação enorme saber que gostam da nossa cultura”.
Os bailarinos Angela Sumami, Jorgina Ramos e Emerson Vieira, do Ballet Municipal da Comunidade Escolar de Puerto Suárez, também são coreógrafos e buscam inspiração na música e na herança cultural dos seus antepassados. “Nosso balé é nossa alma, a dança é nossa herança, queremos resgatar a herança dos nossos antepassados. Os jovens de hoje só querem saber de música moderna, por isso decidimos colocar nossa cultura”, diz Angela, que aprendeu a dançar no Moinho Cultural, em Corumbá, e depois, graças a um convênio da instituição com a cidade de Puerto Suárez, virou professora no município.
No meio do público, o aposentado de 78 anos Adrian Marques Chuva batia palmas, dava gargalhadas e chegava até a fazer alguns movimentos ao ritmo da música, na arquibancada. Ele gosta muito de música e da dança e diz que tudo isto lhe dá satisfação. “É bonito, é uma coisa que dá alento, amor alegria. Gosto de todas as músicas, a música faz parte da vida. Estava na casa de um amigo aqui perto, escutei no rádio que ia ter o Festival aqui, e vim. É lindo, estou muito feliz. Quando escuto uma música que gosto, me dá vontade de dançar. A música é o meu encanto, sou amigo da música. Estou contente de ser entrevistado, isso faz parte de uma vivência minha. Meus filhos devem estar me procurando, porque não avisei que vinha e fui ficando aqui”.
Rafael Casupa trabalha na construção civil e trouxe a esposa, a dona de casa Esmeralda Brabo e os três filhos do casal para assistir à programação em Puerto Suárez. A família é de Santa Cruz de la Sierra e mora na cidade desde o início do ano. Ficaram sabendo do Festival por meio do rádio e da televisão e pela primeira vez estão participando. É muito bonito, bem variado. Gosto de todas as músicas, a brasileira é muito alegre. É muito importante essa integração entre os países, para evitar a discriminação racial. Pretendemos participar da programação em Corumbá também”.
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