Manchete | Jeozadaque | 20/04/2012 10h55

Memórias do Futuro vai pesquisar as brincadeiras da infância sul-mato-grossense e tem lançamento sexta-feira

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Corre cotia, peteca, pipa, bolinhas de gude, pião, amarelinha, cinco marias. Os pés na grama, mãozinhas sujas de terra e o corpo todo descobrindo o mundo através de um verbo simples, brincar. Parece corriqueiro, mas há quanto tempo você não vê uma criança correndo livremente no meio da tarde aproveitando seu direito de ser criança? A tecnologia, apesar de ser uma das maravilhas da vida moderna, também afastou as crianças das brincadeiras da infância de outrora. Hoje elas passam mais tempo sozinhas diante da televisão e do computador do que descobrindo o mundo nos quintais, cercadas por outras crianças. Pensando nisso e no direito de brincar de milhares de crianças, o Pontão de Cultura Guaikuru e Espaço Imaginário lançam no próximo dia 20 de abril, em Campo Grande, o Projeto Memórias do Futuro – Olhares da Infância Brasileira. “O objetivo é que, através de produções audiovisuais, os jovens participantes do projeto pesquisem, registrem e documentem brincadeiras e hábitos de crianças, além dos relatos dos pais, avós, educadores e pesquisadores sobre as brincadeiras de sua época”, explica Lia Mattos, coordenadora pedagógica do projeto. O Memórias do Futuro está entre os oito projetos selecionados pela Fundação Telefônica|Vivo no ano passado, para apoio na área de cultura digital. “Quando recebemos esse projeto, o universo do brincar nos encantou duplamente. A proposta trabalha na perspectiva da ludicidade do mundo digital, ao mesmo tempo em que resgata as brincadeiras tradicionais.”, explica Mila Gonçalves, gerente de Educação e Aprendizagem da Fundação Telefônica|Vivo. “Além disso – afirmou - o projeto eleva os jovens a produtores de conteúdo na web e nos permite mapear competências desenvolvidas fora do contexto escolar, fruto da relação desses jovens com as novas tecnologias”. Os jovens foram selecionados em diferentes comunidades, organizações não governamentais e pontos de cultura de Campo Grande, Amambai e Corumbá. “O Memórias do Futuro reúne jovens que representam a realidade sociocultural de Mato Grosso do Sul, compartilha entre eles as vivências de suas comunidades e expande o conhecimento deles para além de suas fronteiras. O tema brincar e a cultura da infância fomenta o relacionamento entre todos esses grupos. Nessa diversidade é que reside a riqueza”, argumenta Andrea Freire, coordenadora artística do projeto e coordenadora do Pontão de Cultura Guaikuru. Enriquecendo o olhar Depois de uma semana de oficinas, que acontece de 15 a 19 de abril e que reunirá todos os jovens selecionados orientando-os sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação, produção, técnicas de filmagem, sensibilização para cultura da infância e do olhar, os jovens voltam para suas comunidades e começam a etapa de pesquisar os jogos e brincadeiras. “Durante as oficinas os meninos e meninas do projeto serão orientados sobre a pesquisa que irão realizar em suas comunidades. Começarão aos poucos compondo um painel e descobrindo sua própria identidade cultural, a cultura da infância, sua vida em sociedade e seu papel na comunidade”, explica Lia Mattos complementando que, “aos poucos eles construirão um cronograma para suas pesquisas e nós vamos acompanhando de perto essa produção dos vídeos, textos e orientando a produção”. Profissionais de todo o País estarão presentes durante esse período de oficinas em Campo Grande. Entre eles Lydia Hortélio, Igor Amin, Vinícius Cabral e Gandhy Piorski, todos conhecedores do universo infantil. Lydia Hortélio é uma das maiores especialistas em cultura da criança no Brasil, há anos ela desenvolve uma profunda e contínua investigação das cantigas, brincadeiras e brinquedos brasileiros. Igor Amin e Vinícius Cabral, vão compartilhar o conhecimento sobre as novas tecnologias, eles são artistas multimídia, arte educadores e sóciodiretores da A Produtora Audiovisual. Juntos, coordenam projetos de Cinema e Educação como o Cinegênero - Juventude em Conexão e já realizaram diversas oficinas práticas para jovens e crianças em festivais. E Gandhy, que é artista plástico, artesão e pesquisador de brinquedos populares e da arte de brincar, vai trazer um pouco de sensibilização a respeito da cultura da infância. Conteúdo Público Com o resultado de toda a pesquisa e produção audiovisual dos jovens, o projeto entra em uma nova fase, a Caravana Tecnobrincante. “A Caravana vai ser uma exposição multimídia em eventos de interação com alunos e educadores de escolas, o público em geral e artistas do projeto em espaços públicos com as atividades realizadas e as brincadeiras pesquisadas pelos meninos e meninas. Passará por Corumbá, pela Aldeia Indígena em Amambai e também por Campo Grande”, explica Lia. Além disso, todo o conteúdo gerado pelos jovens participantes do projeto será disponibilizado em um banco de dados virtual para que educadores e jovens de todos os lugares possam compartilhar da pesquisa, da produção e dos resultados do projeto. “É uma forma de tornar esse conteúdo público e estimular o resgate cultural das brincadeiras pelo Brasil”, reforça Andréa. O banco de dados estará disponível no portal do projeto, www.memoriasdofuturo.com.br. Além disso, o projeto também contará com um blog, o http://blogmemoriasdofuturo.blogspot.com.br/ onde os adolescentes vão compartilhar suas vivências e descobertas. Para a Mila Gonçalves, apoiar projetos como o Memórias do Futuro fortalece a importância da valorização de como a criança se relaciona com o mundo. “A criança se relaciona com o mundo digital, mas ela também precisa do mundo real para desenvolver sua sensibilidade, o sensório-motor, a musicalidade, o jogo, o lúdico, isso mantém a cultura viva”, enfatiza Mila. “Essa formação é super importante na vida dos jovens que estão conosco, nós investimos e acreditamos na formação integral e essa formação nas novas tecnologias e principalmente, a pesquisa sobre as brincadeiras, será um conteúdo riquíssimo para eles”, complementa Paula Pires, relações públicas do Moinho Cultural em Corumbá. Sobre a Fundação Telefônica|Vivo - A instituição atua com o fim de contribuir para o desenvolvimento social do Brasil. Criada em 1999, a Fundação Telefônica incorporou os projetos do Instituto Vivo em 2011, em função da fusão entre a Vivo e a Telefônica. A atuação é voltada para o acesso à  educação, a melhoria da qualidade educativa e a divulgação do conhecimento. Para isso, desenvolve iniciativas de combate ao trabalho infantil, estímulo ao uso das Tecnologias de Informação e Comunicação na educação e aprendizagem, de desenvolvimento local e voluntariado empresarial. O Grupo Telefônica possui, ainda, fundações em 13 países. Para conhecer mais, acesse  www.fundacaotelefonica.org.br. Da Redação/Com Assessoria

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