Indígena | Da redação/com MidiaMax | 20/04/2014 00h31

Cacique fala sobre realidade no estado

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Campo Grande (MS) O cacique da tribo guarani, Renato de Souza disse ontem, quando visitava a redação do MidiaMax, que o índio não tem nada o que comemorar neste dia 19 de abril. Aliás, segundo ele, tem muito do que lamentar, principalmente por que estão isolados, com as estradas em precárias condições. “Tem crianças perdendo aula por causa destas estradas ruins, hoje mesmo, muitos alunos perderam aula”, contou Renato de Souza.

Ao desabafar sobre a situação da aldeia atualmente o cacique afirma que o fato de se ter um representante indígena na Câmara Municipal não contribuiu para a melhoria das condições da reserva como um todo. “Nós temos o vereador indígena, mas as estradas continuam em péssimas condições, nossa aldeia fica entre duas prefeituras, mas nem o Wallas e nem o Murilo tem dado a atenção que nós merecemos, promessa teve muito na campanha, das duas partes”, desabafou Renato de Souza.

Renato de Souza também reclama da falta de condições para o plantio da lavoura de subsistência na reserva e diz que a quantidade de sementes e óleo que a Funai disponibiliza é insuficiente para a produção. “A Funai forneceu óleo para meio hectare a cada morador e o plantio deve ser feito em duas mãos, não dá nem para o começo”, disse o cacique.

Um dos tratores que a comunidade recebeu e que fica sob responsabilidade de Renato, atualmente é o único para atender o grupo, mas vem conseguiu trabalhar a terra porque a Agraer disponibilizou duzentos litros de óleo diesel.

“Dizem que a secretaria de agricultura familiar da prefeitura de Dourados iria entregar as chaves de dois tratores agora no dia do índio, mas só as chaves não adianta, os tratores precisam estar na aldeia e ter combustível para trabalhar”, disse o cacique.

Ele também lamenta a constante escassez de água na Aldeia Jaguapiru. “As vezes falta água e a gente reclama, normaliza alguns dias, mas o problema sempre volta”, contou Renato de Souza que também ressaltou a falta de medicamentos na aldeia.

“Esses dias não tinha nem dipirona, todos que vem na aldeia fazem discursos muito bonitos e não esperam a gente falar porque sabem que falaremos a verdade, a realidade tem que ser dita e a realidade da aldeia hoje é essa: falta estrada, remédio, sementes, óleo diesel e sem contar que a violência que também nos assusta”, finalizou o cacique da tribo guarani.

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