Indígena | Com CG Notícias | 29/04/2019 13h06

Escola Sulivan Silvestre promove feira indígena

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A Escola Municipal Sulivan Silvestre Silveira – Tumune Kalivono (Criança para o futuro), comemorou neste sábado (27), o Dia Nacional do Índio com a proposta de valorizar e resgatar a cultura indígena por meio de danças, comidas e bebidas típicas.

A vigésima edição do evento apresentou como tema “A força da raiz indígena na formação da diversidade cultural brasileira”, e foi realizada na unidade, que fica localizada dentro da aldeia urbana Marçal de Souza.

A feira contou com barracas de comidas típicas, artesanato e apresentação de mudas de plantas cultivadas pelos indígenas como o milho, pimenta, mandioca, bananeiras entre outras variedades.

A secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, destacou a importância do evento para a Rede Municipal e para a comunidade local.

“Temos muitos alunos de descendência indígena, por isso é importante não deixar essa tradição acabar e também passar para os alunos que não são indígenas para que eles possam ter o respeito com a cultura diferente da deles”, afirmou

A Rede Municipal de Ensino (Reme), conta com a Divisão da Educação e Diversidade, que foi responsável pela organização do evento, realiza trabalhos de formações com os professores nas unidades onde há o maior número de descendentes indígenas.

“Esse trabalho é feito com as escolas e nós estamos pensando também na questão da língua indígena, pois muitos alunos só têm a língua, e por isso, uma dificuldade de aprendizagem”, pontuou a secretária.

A diretora da unidade, Maria Elisa Vila Maior, explicou que a Feira Cultural vem ao encontro com a proposta de mostrar a cultura como ferramenta de inclusão social na área da educação.

“Esse trabalho sempre traz uma proposta diferenciada a cada ano para refletirmos sobre a importância de não só olhar a questão da obrigatoriedade do ensino das diferentes culturas, mas para realmente trabalhar na questão da perspectiva da inclusão dos direitos educacionais de todos e seu reconhecimento da valorização das culturas”, explicou.

Dança do bate pau

Os alunos da escola também fizeram apresentações de danças indígenas, o que chamou a atenção de toda a comunidade. A cantora e compositora Lenilde Ramos marcou presença no evento junto com o professor indígena Itamar Pereira, no canto do hino do estado de Mato Grosso do Sul em língua terena.

Outra apresentação que emocionou a comunidade foi a Dança da Ema, mais conhecida como a Dança de Bate Pau, realizada em duas etapas. Primeiro pelos alunos da escola e depois com os homens da comunidade.

Para a dona de casa Erika Cunha Chimenez, descendente Terena e, que possui filho estudante na unidade, a escola faz parte da sua história de vida.

“Todo ano participo. Eu estudei aqui desde o pré até o quarto ano. Tenho 27 anos e hoje é o meu filho que está aqui. Ele agora está no 5º ano. Para nossa comunidade essa comemoração é muito importante. O que me chama mais atenção são as danças. É bom não deixar isso acabar aqui na escola”, enfatizou Erika.

O aluno João Henrique Santos, 11, do 4º ano, também descendente da etnia terena, contou o que achou da comemoração.

“Gosto da comemoração porque tem brincadeiras, cabo de guerra, bolo. Apresentei a dança do bate pau. Eu aprendi bastante sobre a minha cultura”, disse.

Escola indígena

A escola possui 385 alunos. A maior parte é de descendência indígena. Parte dos professores que leciona na unidade é descendente indígenas da etnia local. O diferencial da escola está ainda no acréscimo de disciplinas de língua e cultura terena que são aplicadas para as crianças.

Além da sala de aula com matérias específicas, a alimentação também é direcionada de acordo com a cultura indígena, conforme preconiza o PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar que orienta para o uso de alimentos que fazem parte de tradições culturais da região.

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