Indígena | Da Redação/Com Assessoria | 03/08/2015 16h29

Festival de Inverno expôs cerâmicas indígenas feitas com matéria-prima encontrada na natureza

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A avó da artesã Kadiwéu Olinda Virgilio foi quem ensinou a indígena a manusear a argila para fazer as cerâmicas que nos dias atuais são produzidas para serem vendidos aos turistas que visitam a aldeia Alves de Barros, localizada na região de Porto Murtinho. Das cores utilizadas na pintura da iconografia estampada no artesanato, são todas procuradas na própria natureza, no meio ambiente que está próximo da região onde vivem os índios. “As cores vermelha, verde e amarela encontramos na beira dos córregos. A cor preta é uma resina que conseguimos na madeira “pau santo” e a cor branca é uma resina que tiramos da madeira “amesca”, explicou ela calmamente, tomando nosso tradicional tereré. Segundo ela, arte do artesanato indígena é ensinada para as meninas da aldeia, para que essa tradição não seja perdida.

Uma parte da produção do artesanato indígena está sendo exposto numa tenda especialmente idealizada pelos próprios indígenas no 16º Festival de Inverno de Bonito. Segundo a técnica da Gerência de Patrimônio Cultural da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Ângela, foi mínima a interferência dos não índios, na produção da exposição. “Nossa intenção foi que eles arrumassem tudo à maneira deles, dentro de um respeito antropológico para que nas mínimas coisas ele tivessem a sua identidade cultural preservada”, explicou.

Segundo a Subsecretária de Assuntos Indígenas, Silvana Terena, as mulheres artesãs estão muito felizes em participarem pela primeira vez do festival. “É o começo de uma conquista de diálogo e transversalidade e ampliação do protagonismo indígena no atual governo. Nossa cultura, é nossa identidade”, finalizou.

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