Destaques | Jeozadaque | 06/10/2009 11h12

Biblioteca Pública da Capital é abandonada por autoridades

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bibliotecaEla está precisando urgentemente de reparos, assistência e é parte indispensável da cultura de Campo Grande. Sabe quem é? É a Biblioteca Pública Municipal “Anna Luiza Prado Bastos” – Professora Galega. Veja as fotos em nossa galeria. No mês de agosto deste ano, a equipe do site de cultura regional “Ensaio Geral” visitou as dependências da biblioteca municipal, e o que pudemos constatar foi um terrível abandono e descaso pelos órgãos municipais e estaduais. Como pode um local tão importante para a cultura e a educação sofrer tal abandono? Em média, o local atende cerca de 80 visitantes por dia, um número baixo e que preocupa os funcionários. Em 2010, a Biblioteca Pública Municipal “Anna Luiza Prado Bastos” – Professora Galega, completa 70 anos nas mãos do município, a esperança é que o local ganhe de presente, assim como Centro Cultural José Octávio Guizzo, uma boa reforma física e uma atualização das obras. Onde tudo começou A história da biblioteca municipal começa no dia 28 de novembro de 1932, quando o médico e beletrista “Perí Alves Campos” criou a Sociedade da Biblioteca de Campo Grande. No dia 05 de março de 1940, a sociedade foi doada para a prefeitura municipal, se tornando, sob a lei n° 29, a Biblioteca Pública Municipal de Campo Grande. Antes de sua atual sede, a biblioteca estava na Praça Ary Coelho, sendo transferida em 1987 para um prédio em frente à Estação Rodoviária. Até que no dia 19 de maio de 1995 foi para o atual endereço, o antigo prédio da Patrulha Mirim de CG, no Parque Florestal Antônio de Albuquerque (Horto Florestal). Lá recebeu o nome de “Anna Luiza Prado Bastos – Professora Galega”, em homenagem a uma antiga professora cuiabana que fez a diferença pela educação em Campo Grande. De acordo com a atual bibliotecária responsáve1 pelo local, Tatiane Nobue Iseki, por volta dos anos de 1999 e 2000, o lugar ganhou uma reforma na pintura e na parte elétrica. Mas desde esse período, o prédio e o acervo vêm sofrendo gradativamente com o abandono. Descaso público Forro caindo, lâmpadas queimadas, infiltrações e ferrugem das prateleiras são alguns dos fatores que demonstram o abandono por meio dos órgãos competentes do município e do Estado. Há dois anos as obras não são renovadas por falta de verba. “A última atualização que fizemos foi em 2006, quando o professor Américo Calheiros ainda era o presidente da Fundação Municipal de Cultura e nos repassou a verba de R$ 5 mil reais”, diz Tatiane. Para piorar a situação, as assinaturas dos jornais diários da Capital também foram canceladas, diminuindo o fluxo de visitantes da biblioteca. “Antes nós recebíamos os jornais, que eram cortesia da Fundac, mas foi cortado. Tentamos pedir alguma promoção, ou até a doação dos exemplares, mas não deu certo. As pessoas tinham o hábito de freqüentar a biblioteca para ler o jornal, agora nem isso podemos mais oferecer”, afirma a bibliotecária. Quanto às obras, é do dinheiro arrecado com as cópias que alguns lançamentos são adquiridos, “O essencial é termos pelo menos dois exemplares de cada livro, um para consulta e outro para empréstimo, como isso não é possível, juntamos o dinheiro das cópias e compramos alguns lançamentos, pois se as pessoas vierem e não encontrarem o que procuram elas não voltam”, conta Tatiane. Uma doação, por favor… Para não esperar apenas pela verba pública, que parece nunca chegar, o acervo recebe uma “ajudinha” de doares e do MEC. Porém, os livros de escritores famosos, e que são mais requisitados, não chegam até a biblioteca, “Nós queremos que as pessoas frequentem a biblioteca, mas como se nem livros atualizados nós temos? Para começar as pessoas nem sabem que aqui é a ‘Biblioteca Pública Municipal’, não há uma placa para divulgar”, revela Tatiane. O principal público que consulta os livros do local é formado por estudantes, que buscam fontes para os trabalhos escolares. Em uma tentativa de ganhar atenção, alguns funcionários da biblioteca participaram da elaboração do Plano Municipal de Cultura e aguardam ansiosos por uma resposta, “Nós já tentamos viabilizar alguma coisa na Fundac, mas até hoje foi em vão”, relata a bibliotecária, que em meio aos cálculos diz que são necessários pelo menos R$ 20 mil reais para suprir a carência das obras mais importantes. Acesso a todos Para quem pensa que a “Biblioteca Pública Municipal Anna Luiza Prado Bastos – Professora Galega”, possui apenas obras literárias comuns se engana. O local também abriga diversos livros traduzidos para o “Braille”. São obras como Harry Potter, Marley e Eu, contos de Jorge Amado, entre outros títulos, doados por pela Fundação Dorina Nowill, que se encontram à disposição dos deficientes visuais. A busca por este tipo de material é pouca, pois de acordo com Tatiane, não há a divulgação necessária do acervo. “Mesmo assim, vez ou outra aparece alguém em busca dos livros”. Outro serviço que a biblioteca oferece, é o arquivo dos exemplares do Diário Oficial de Campo Grande e do Estado. Destaque para as primeiras edições e outros documentos importantes do município. Atualmente o acervo bibliográfico conta com aproximadamente 32 mil exemplares, entre títulos regionais, infantis, científicos, didáticos e literatura em geral. A “Biblioteca Pública Municipal Anna Luiza Prado Bastos – Professora Galega”, está localizada na rua Francisco Cândido Xavier, s/n, no interior do Horto Florestal, e o horário de atendimento é às segundas-feiras, das 13:00 às 17:30 horas, de terça a sexta-feira, das 7:30 às 18:00 horas e aos sábados das 8:00 às 12:00 horas. Mais informações através do telefone 3314-3209. Texto e Foto: Luciana Navarro

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