Manchete | Jeozadaque | 24/10/2009 10h57

Henrique Medeiros fala com exclusividade ao Ensaio Geral sobre o lançamento de seu novo livro

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Henrique.MedeirosPublicitário, jornalista, escritor e poeta, essas são algumas das profissões do corumbaense “Henrique Medeiros”, que lança o seu terceiro livro nesta segunda-feira (26/10), no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (MARCO). O “Azul Invisível do Mês que Vem” e “Pirâmide de Palavras”, são as duas outras obras do escritor, que para seu novo trabalho reuniu 87 poemas, transcritos no livro “Que as Dores se Transformem em Cores”, que será lançado nesta segunda-feira na Capital. Em entrevista exclusiva ao site de cultura regional “Ensaio Geral”, Henrique Medeiros falou sobre a nova obra, o incentivo à leitura na Capital, a interferência da internet sobre os livros e outros assuntos. Confira. Ensaio Geral: Henrique, esta é sua quarta obra, há quanto tempo você trabalha com a literatura? Henrique Medeiros: Escrevo desde os meus nove, dez anos. Claro que não se poderia considerar o que eu escrevia literatura. Mas, a leitura, a tentativa de se expressar, terminam levando a algum momento futuro.   EG: De onde você tira a inspiração para compor suas poesias? HM: Ela vem do que você captura da vida e da sua imaginação. De um modo geral, ela surge do nada. Simplesmente dá boas-vindas. Como quase tudo que seja criação voltada para arte.   EG: Sobre o que você mais gosta de escrever? HM: Todos tem basicamente um estilo. Quando escrevo voltado para prosa e verso, minha linguagem costuma ser ácida, niilista, voltada para um existencialismo sem farsas.   EG: Qual é a parte mais difícil na hora de compor uma poesia? E a mais prazerosa? HM: Os instantes difíceis são quando o seu raciocínio costuma ser mais rápido do que a capacidade de transpor o que você está pensando para o papel. A mais prazerosa é ver o texto pronto.   EG: Além da poesia, você trabalha com alguma outra arte? HM: Não necessariamente de forma direto, estou sempre envolvido em inúmeros projetos culturais voltados para outros setores artísticos que não exclusivamente literatura.   EG: Como você define o livro “Que as Dores se Transformem em Cores”? HM: Os temas do livro transitam livremente em assuntos urbanos de atração, ódio, medo, solidão, torpores e de cores que todos buscam, passando por amor até a paranoia das metrópoles, o cosmos, os buracos negros da existência e do universo.   EG: Quanto tempo levou para você reunir os 87 poemas deste livro? HM: Eu escrevo de forma extremamente bissexta. Essa produção foi produto da reunião de trabalhos nos últimos oito, nove anos.   EG: Você, como poeta e escritor, como analisa o incentivo à leitura aqui em Campo Grande? HM: O incentivo à leitura é o mesmo em todo o país: caótico. E, além disso, depende muito de que as pessoas que estão sendo incentivadas a ler queiram ler. Isso vem de um processo educativo que necessita muita participação e interferência dos processos educativos familiar e didático.   EG: Ao seu ver, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e a Fundação Municipal de Cultura têm cumprido seus papéis na sociedade? HM: Há sempre uma grande discussão sobre se o Estado deve ou não incentivar financeiramente projetos ou mesmo intervir monetariamente no processo cultural. Eu acredito que haja necessidade de participação da administração pública para incentivo da atividade cultural em todos as suas ramificações. Em MS, particularmente, existem alguns projetos, mas os investimentos ainda são pequenos. Deveria haver mais investimento em cultura; isso, sem dúvida, poderia melhorar e incentivar os guetos e a indústria cultural.   EG: Como você vê o mercado para os novos escritores? Acha que está saturado? HM: Estamos vivendo novos tempos de globalização e tem gente demais no mundo. Tem muito gente, em todos os lugares. Tudo está saturado. E tudo espera algo que possa ser novo para o mercado. O que vai ser o novo, o que vai ser o velho, depende do vaivém das mídias e do que se denomina globalização.   EG: A venda de livros aqui no Estado tem um bom retorno monetário? HM: Venda de livros, discos, DVDs, não tem grande retorno financeiro nem no Estado e nem no país, a não ser que o produto seja um best-seller. E, atualmente, sucessos são raros em meio à multiplicidade de opções.   EG: Hoje, a internet dificulta a venda de livros? HM: A internet facilitou e dificultou tudo. Abriu a possibilidade de expressão e é um canal livre de idéias dentro de uma responsabilidade que está dentro de cada pessoa. Ao mesmo tempo, mostrou o quanto é grande e ilimitado o volume de informações, novidades e opções. Isso em todos os sentidos. Dentro da literatura, está oferecendo novos produtos de leitura de livros em computador etc. E também a pirataria. Mas existe a facilidade das pessoas encontrarem música, filmes e livros à disposição em inúmeros megasites que os comercializam; e, ali, encontram livros que nunca encontrariam nas livrarias mais próximas.   EG: Você, como publicitário, vai utilizar campanhas de marketing para divulgar a sua mais recente obra? HM: Não, não há nenhuma intenção nisso. O livro vai ser lançado, colocado no mercado, distribuído pela Editora. Isso é uma política editorial, não pessoal.   EG: Quais são as suas pretensões dentro da área literária? HM: O que qualquer pessoa que escreve deseja é que seu trabalho seja lido. Essa, acho, é a pretensão maior dentro da área literária.   EG: Como nós estamos na era da “Internet 2.0”, você possui algum blog, twitter, Orkut ou outra ferramenta on-line para divulgar o seu trabalho? HM: Eu tenho uma home page, acessável pelos endereços www.henriquedemedeiros.com.br e www.sloganpublicidade.com.br/henrique. Já blogs, orkuts e twitters, acho muito interessante e conheço os mecanismos dos mesmos, mas infelizmente não tenho condições em meio às minhas atividades para abrir e manter endereços nos mesmos.   EG: Para finalizar nossa entrevista, deixe um recado para as pessoas que estão começando agora na carreira literária. HM: Escrevam. E muito. Escrevendo, sempre, aos poucos ou rapidamente se melhora o domínio da palavra.   O lançamento do livro “Que as Dores se Transformem em Cores”, será realizado nesta segunda-feira (26/10), a partir das 19:30 horas com entrada gratuita. O Marco está localizado na rua Antonio Maria Coelho, n° 6000, no Parque das Nações Indígenas. Mais informações por meio do telefone 3326-7449.  Foto: Divulgação Por Luciana Navarro

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