Foi brincando com as palavras que a escritora e poetisa Elizabeth Fonseca elaborou o livro “Pedro Pato no Pantanal”, no qual abordou a fauna e a flora da região e até mesmo as queimadas, com o objetivo de promover a conscientização ambiental entre o público infantil. A obra será lançada nesta quarta-feira (12), a partir das 19h, no Instituto Histórico e Geográfico, e utiliza uma técnica inédita e com nome inusitado: limerique, que são poemas curtinhos e bem-humorados. A autora é uma das pioneiras no País na utilização desse recurso, e todas as páginas do livro seguem o padrão dos limeriques.

O livro integra um projeto mais amplo, com financiamento do Fundo de Investimentos Culturais (FIC/MS) da Fundação de Cultura do estado, que levou o material para as salas de aula da Escola Estadual Antônio Nogueira da Fonseca, em Terenos, onde foi trabalhado durante dois meses com cerca de 60 crianças de três turmas do quarto e do quinto ano. As crianças aprenderam com Elizabeth a declamar as estrofes do livro, com entonação, dicção, memorização, gesticulação e tudo o mais que envolve a técnica. “A declamação favorece a desenvoltura, ajuda a falar em público e a perder a timidez”, explica a autora.

“O livro é todo metrificado. Fiz uma oficina com o escritor mineiro Leo Cunha em 2018 na qual ele ensinou essa técnica e gostei muito. Mas não me forcei a usar os limeriques no livro todo, foi natural. Comecei a brincar e achei interessante, foi surgindo. O limerique tem que ter humor, coisas absurdas, suspense, e assim foi nascendo a história”, conta a autora, que é membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL). A técnica é bastante utilizada para livros infantis e é baseada em poemas de apenas cinco versos com situações absurdas, em que cada verso conta uma história.

A composição segue um padrão: são cinco linhas, sendo que o primeiro, o segundo e o quinto versos rimam. O terceiro e o quarto versos são mais curtos que os outros e precisam rimar entre si. Tudo isso foi pensado para dar ritmo, como uma boa brincadeira. Alguns dos autores brasileiros mais conhecidos que já utilizaram limeriques são Clarice Lispector, Leo Cunha e Tatiana Belinky. Já sobre o desejo de falar do Pantanal, Elizabeth conta que foi natural. “Pensei no tema antes de pensar no projeto, senti que precisava abordar essa questão. A importância de tratar desses temas com as crianças é que elas vão aprender para o futuro, vão entender que a preservação é muito importante e vão crescer mais conscientes”, detalha.

Pensando tanto no enriquecimento da experiência dos pequenos leitores quanto na acessibilidade para pessoas com deficiência visual, o livro foi todo declamado pela própria autora, que tem mais de 30 anos de experiência na área, com trilha sonora de sons do Pantanal feita exclusivamente para o livro, produzida por Gilson Espíndola e Gabriel Andrade, e o audiobook está disponível por meio de QR Code que acompanha a obra. “A declamação valoriza a forma como o livro foi pensado, com os limeriques. Ouvir o audiobook proporciona uma experiência diferente”, afirma Elizabeth.

Ainda no propósito da conscientização ambiental e da difusão da literatura, após o lançamento, 30% dos livros serão doados para a Secretaria de Estado de Educação (SED), mais 10% para a Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande (Semed), para serem encaminhados para escolas públicas municipais e estaduais, 10% para o FIC/MS e 3% para a Escola Estadual Antônio Nogueira da Fonseca. “Acho que o mais importante é que os livros cheguem ao seu destino, que são as crianças”, justifica a proponente.

Serviço: O livro infantil “Pedro Pato no Pantanal”, de autoria de Elizabeth Fonseca, publicado pela Life Editora, será lançado nesta quarta-feira, dia 12 de julho, no Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, que fica localizado na Av. Calógeras, nº 3000 – Centro (Esplanada Ferroviária), a partir das 19 horas. O projeto Pedro Pato no Pantanal foi realizado com financiamento do Fundo de Investimentos Culturais (FIC/MS 2021), uma iniciativa da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), por meio da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (Setescc), do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.