Literatura | Com FCMS | 20/03/2023 12h29

No Dia Nacional do Contador de Histórias mostram que essa arte encanta até hoje

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Dia 20 de março se comemora o Dia Nacional do Contador de Histórias. Não é de hoje que essa prática existe, os contadores de histórias atuam há séculos. De certa forma, a evolução da humanidade está diretamente ligada à arte de contar histórias. É só lembrar que até a invenção da escrita, as tradições, conhecimentos e histórias eram passadas oralmente, de geração em geração. E mesmo depois, grande parte da população não sabia ler e escrever e recorria aos contadores de histórias para manter viva a cultura de sua família ou região.

Além disso, a função de contador de história está intimamente ligada ao universo lúdico. A importância dessa prática se dá pela construção de estímulos em relação à leitura e ao imaginário. No universo de contadores de histórias de Mato Grosso do Sul vamos falar sobre três profissionais que levam essa magia das contações a crianças e adultos.

Ciro Ferreira é Contador de histórias com pós graduação pela FATUM (a primeira pós em Contação de Histórias no Brasil), membro da Academia Brasileira de Contadores de Histórias, pesquisador de contos populares.

Em homenagem ao mestre Francisco Gregório, em memória, criou juntamente com Fábio Castilho, de Camboriú, Reinaldo Vendramini, de Curitiba e César Girão de, São José dos Campos o grupo Barbudos e Canalhas, onde a ideia é estudar as diversas formas de narração oral, desenvolver novas habilidades e apresentações. Este grupo formado por Fábio Castilho de Camboriú, SC, Reinaldo Vendramini, Curitiba, PR e César Girão, São José dos Campos, SP.

Para Ciro, “Acredito que precisa ser como qualquer outra profissão, valorização que começa com a consciência do contador de histórias que precisa de formação, socializar com outros contadores, criação de redes, grupos de estudos e de pesquisas.”

Tatiana de Conto Sangalli é arteterapeuta- contadora de histórias, realiza apresentações, cursos e treinamentos, sua prática está voltada ao uso terapêutico da literatura especificamente na mitologia, nas questões da mulher: autoestima, autoconhecimento, etc, na prevenção das violências, “sou psicóloga de formação, fiz um curso de contação sem saber como ia utilizar na minha profissão. Algum tempo depois na escola onde trabalhava houve um assassinato perto da escola e eu precisava de um técnica efetiva que pudesse abordar temas como violência, luto, morte e assim passaei a contar histórias para crianças, professores. Nem sabia que isso era uma profissão, descobri isso quando estava em Brasília fazendo um curso e por acaso era dia 20 de março de 2015. Neste dia entendi que eu precisava me lapidar, melhorar a apresentação. Fiz cursos, preparei a minha voz e de lá para cá um universo se abriu. Passei a escrever histórias específicas, chegou a arteterapia, a biblioterapia e eu definitivamente ao transformar me transformei.”

Guigas Lemes é professor de Arte, palhaço e contador de histórias. Atualmente, reside em Três Lagoas/MS, cidade onde iniciou sua trajetória na arte de narrar histórias no ano de 2012. É paulista de nascimento, mas sul-mato-grossense de criação e coração. Guigas, tem a cultura popular como norteadora de sua pesquisa e desenvolvimento artístico, e para além das histórias, utiliza-se também da música, das brincadeiras e da arte circense em suas performances narrativas. Em 2023, foi selecionado para receber a titulação de patrono da Academia Brasileira de Contadores de Histórias – ABCH.

Para Guigas, contar histórias é sempre uma atividade muito prazerosa, mas enfrenta desafios, principalmente em cidades do interior do Estado: “Eu adoro contar histórias, seja para criança, adulto, adolescente, idosos, sempre é muito bom. Ser contador de histórias no interior de Mato Grosso do Sul, muitas vezes a gente se depara com algumas dificuldades, não é uma dificuldade que se limita apenas ao município de Três Lagoas, isso acaba acontecendo, de uma forma geral, mas aqui no interior isso é mais acentuado: muitas vezes falta o reconhecimento dessa linguagem artística como uma profissão, como um trabalho que precisa ser remunerado.”

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