Literatura | Da redação | 20/10/2017 09h19

Nos 40 anos do Estado, encontro literário do Sesc tem como tema “o portunhol salvaje e outras coisas desimportantes”

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A comemoração dos 40 anos de Mato Grosso do Sul no Sesc Cultura também contempla uma rica discussão literária, trazendo como convidados para um bate-papo Joca Terron e Douglas Diegues, que debaterão o tema, “o portunhol salvaje e outras coisas desimportantes”. A ação será no dia 25 de outubro, quarta-feira, às 19 horas, no Sesc Morada dos Baís e com mediação de Rosana Zanelatto. Na ocasião, serão lançados a revista de literatura do Sesc, “Palavra” e os livros “Noite dentro da noite”, assinado por Joca e “Triplice Frontera Dreams”, de Douglas.

Douglas Diegues nasceu do amor de paraguaia com um carioca. Viveu a infância e parte da adolescência pelas fronteiras desconhecidas do Brasil com Paraguay. Autor de “Dá gusto andar desnudo por estas selvas: sonetos salvajes” (2002, Brasil), considerado o primeiro livro de poemas em portuñol publicado na literatura hispanoamericana. Com Eloísa Cartonera, publicou “Uma flor na solapa da miséria”, “El astronauta paraguayo” e a versão pocket de “Triple Frontera Dreams”. Fundador de Yiyi Jambo Cartonera, a primeira cartonera paraguaia, em Asunción, onde viveu entre 2007 e 2010. Tem colaborado com diversas publicações literárias no Brasil, Paraguay y Argentina, e organizado o livro “Kosmofonia Mbyá Guaraní” (2007) sobre a origem mítica do som e da palavra entre os guaraní Mbyá. Em 2015 seu livro “Tudo lo que você non sabe es mucho más que todo lo que você sabe” foi publicado em edições cartoneras no Brasil, Chile, Perú, México, Argentina e Espanha simultaneamente. Em 2007, lança “Triple Frontera Dreams”, pela editora argentina Interzona.
Joca Terron nasceu em Cuiabá, em 1968, viveu em Bela Vista, MS, durante boa parte de sua infância e adolescência. Há algumas décadas, vive em São Paulo. Poeta, prosador e designer gráfico, foi editor da Ciência do Acidente, pela qual publicou o romance “Não há nada lá” e o livro de poemas “Animal anônimo”. É autor também dos volumes de contos “Hotel Hell”, “Curva de rio sujo” – livro de contos que originou o filme “Não devore meu coração”, de Felipe Bragança, rodado em Bela Vista (MS) e em competição em festivais nacionais e internacionais, com Cauã Reymond e Ney Matogrosso – e “Sonho interrompido por guilhotina”.

Dele, a Companhia das Letras publicou “Do fundo do poço se vê a lua”, vencedor do prêmio Machado de Assis na categoria melhor romance. Em 2013, organizou a coleção “Otra Língua”, pela editora Rocco, que lançou no Brasil nomes como Mario Levrero, Horacio Moya, Cesar Aira, entre outros. A coleção, dedicada a publicação de autores hispano-americanos e suas respectivas obras antes ignoradas pelo mercado brasileiro, vem preenchendo assim as lacunas que existiam para este segmento no país. Em 2017, está lançando “Noite dentro da noite”, pela Companhia das Letras, romance em que remonta, de forma fantástica, muitas das histórias de sua infância vivendo em Bela Vista, fronteira com o Paraguai. “ Enquanto escrevia, pensava em estar fundando o gótico pantaneiro, ou o niilismo mágico”, ri o autor, “é que a região fronteiriça inexiste em nossa tradição literária”, disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

Serviço – O Sesc Morada dos Baís fica na Avenida Noroeste, 5140. Acompanhe a programação alusiva aos 40 anos de Mato Grosso do Sul no site sesc.ms

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