Manchete | Jeozadaque | 04/12/2009 15h26

Patrícia Acunha lança em Brasilândia o livro "Conhecendo a Minha Rua"

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patyAos 23 anos, a jovem jornalista e escritora treslagoense, “Patrícia Acunha”, foi uma das contempladas pelo Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul (FIC-MS), e lança nesta sexta-feira (04/12), o seu primeiro livro, chamado “Conhecendo a minha Rua”. Apesar de ser natural de Três Lagoas, Patrícia reside atualmente em Brasilândia e trabalha como jornalista corresponde do jornal “Hoje MS”. O livro faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso da jornalista, que resolveu inscrevê-lo no edital do FIC e divulgar um pouco da história do município de Brasilândia. Em entrevista exclusiva ao site de cultura regional “Ensaio Geral”, Patrícia falou sobre o lançamento do livro, o incentivo à leitura em Brasilândia, o espaço no mercado regional para os novos escritores e outros assuntos. Confira. Ensaio Geral: Em 1995, você participou do 1° Concurso Literário de Brasilândia e foi premiada por escrever um poema sobre a cidade. Esta foi a primeira vez que você participou de um concurso literário? Como surgiu esse interesse e o amor pela literatura? Patrícia Acunha: Sim, esta foi à primeira vez. Na época, a minha professora me falou do concurso e então eu disse para minha mãe que queria participar. Ela me ajudou a fazer o poema, que por coincidência era também sobre Brasilândia e ganhei. O meu amor pela escrita surgiu desde que me entendo por gente. Eu me lembro que mesmo não sabendo escrever, fazia inúmeras cartas de rabiscos. Quando aprendi o alfabeto, lembro, que tudo quanto era placa em Três Lagoas, eu lia. Já a escrita, em vez de brincar de boneca, eu brincava de escolinha. EG: Sobre o que você mais gosta de escrever? PA: Posso dizer que tive duas fases da minha vida e é bem distinta sobre o que eu gosto de escrever. Quando era criança e adolescente, amava escrever poemas, historinhas, crônicas e tinha um diário sobre a minha vida. De uns três anos para cá, eu passei por um amadurecimento. Parei com os diários, mas gostei de fazer esta parte de histórias, aliás, amo estudar história! EG: Você gosta mais de escrever poemas ou textos corridos. Quanto aos poemas, de onde vem à inspiração para compô-los? PA: Então, hoje em dia amo texto corrido. Poemas eu escrevia mais na minha adolescência, inspirada nas minhas paixonites, mas hoje em dia prefiro escrever texto sobre histórias. EG: Qual foi a sua reação quando recebeu a notícia de que a sua obra seria lançada pelo FIC - MS? O que isso significou para você? PA: No dia, lembro que o coordenador de cultura daqui, Márcio, me falou que eu havia passado, e nem estava sabendo. Na hora, achei que ele estava brincando, mas depois olhei no site. Foi uma emoção inexplicável. Realmente não esperava! Tanto, que até quero agradecer ao FIC (Fundo de Investimentos Culturais), Fundação de Cultura de MS e ao Governo do Estado de MS pela chance. EG: Patrícia, de onde surgiu a idéia de escrever o livro “Conhecendo  a minha Rua” e sobre o que ele fala? PA: Sempre quis escrever um livro, mas queria que fosse algo que tivesse algum significado, e também precisava de algum tema para a minha monografia. Comentei com o meu professor se seria interessante escrever um livro sobre a história das pessoas que tinham algum nome de rua e ele achou interessante. Em 2007, comecei as entrevistas e a redigir os artigos, que na época, foi publicado no Jornal da Cidade, meu antigo local de trabalho, em que toda semana trazia a história de vida de alguém que homenageou o nome de uma rua. Em julho de 2008, comecei a minha pesquisa sobre a história de Brasilândia e a divisão de nosso Estado. Incluí estes textos, junto com as histórias e por fim, recolhi algumas fotos da prefeitura, com as primeiras imagens de Brasilândia. Quando eu vi, o livro já estava pronto. No final, tirei dez na monografia e um livro feito. EG: Atualmente você mora em Brasilândia, como você analisa o incentivo à cultura realizado na cidade? O que poderia mudar? PA: Olha, acho que em Brasilândia, como vários lugares do Estado e do País, ainda há pouco incentivo e pouco conhecimento dos próprios artistas sobre incentivos. As pessoas não valorizam o que a cidade oferece, preferem autores e obras de fora do próprio município. Algo também muito chato, é a burocracia. Existem programas que bancam obras maravilhosas, mas, a burocracia para montar um projeto e a prestação de contas desanima muito. EG: E quanto ao mercado literário regional, como você vê a inclusão dos novos escritores? Acha que a área está saturada? PA: Acho que tem mercado pra todos. O “regional” é algo muito novo, tem campo pra todo mundo, só basta correr atrás. Em Santa Rita do Pardo, por exemplo, que fica a 120 quilômetros de Brasilândia, fui ao lançamento de um livro escrito por um vereador. A obra dele vai ser exposta na Bienal, que acontece ano que vem em São Paulo. Isso é muito bacana. EG: Como jornalista, você acha que falta apoio da mídia para o incentivo a leitura? PA: Sou jornalista e apaixonada pelo impresso. Em minha opinião, a leitura não vem de apoio da mídia e sim das próprias escolas e dentro de casa. Se o professor, ou os pais começarem a incentivar as crianças e adolescentes a lerem, acho que a leitura vai ser valorizada. EG: Você, como escritora, acha que a internet prejudica a publicação e a divulgação dos livros? PA: Acho que ela é uma aliada. Veja o caso da Bruna Surfistinha, se não fosse o blog dela, aposto que não teria escrito um livro. Penso, depois que passar toda essa correria, voltar com os blogs. EG: Você possui alguma página na internet para divulgar o seu trabalho? PA: Eu tenho o www.mensageiradavida.zip.net, mas está desativado há uns dois anos. Mas pretendo voltar com este blog, ou com um novo endereço ano que vem. EG: Quais são as suas pretensões dentro da área literária? Já pensa em novos projetos? PA: Ano que vem quero ver se começo a publicar novos artigos, dessa mesma área, em um blog do jornal onde eu trabalho atualmente. Penso também, em me inscrever em um mestrado e caso eu consiga, quero transformar minha pesquisa em outro livro. E também se puder, quero começar a trabalhar com rádio. Ensaio Geral: Para encerrar nossa entrevista, deixa um recado de incentivo para as pessoas que estão começando agora na área literária. Patrícia Acunha: Escrevam, leiam e corram atrás! Não deixem suas obras engavetadas ou em pastas esquecidas do computador. Vejam nas secretarias ou departamentos de cultura das prefeituras de suas cidades, se existem algum incentivo para publicação de suas obras ou pesquisem na internet sobre empresas que incentivam a cultura. E por fim, nunca deixem de sonhar, acreditem sempre que vai dar certo. O lançamento do livro “Conhecendo  a minha Rua”, será realizado nesta sexta-feira (04/12), a partir das 19:30 horas na Câmara Municipal de Brasilândia. A entrada é gratuita. Foto: Arquivo pessoal de Patrícia Acunha Por Luciana Navarro

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