Arte do mosaico serve como terapia para reeducandas
Pedaços que se juntam e formam peças únicas e cheias de beleza, a técnica do mosaico é uma das atividades que estão sendo desenvolvidas com internas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), na Capital, com o objetivo de ocupá-las produtivamente e profissionalizá-las, dando oportunidades de recomeço longe da violência e do crime quando deixarem a prisão.
A qualificação no presídio já ocorre há cerca de um mês, com os encontros duas vezes por semana, sob a coordenação da Diretoria de Assistência Penitenciária da Agepen, por meio das Divisões de Educação e de Trabalho. O curso terá duração de três meses e conta com a participação de quinze alunas. Todo o trabalho acontece em parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e o Conselho da Comunidade de Campo Grande, que está custeando o curso.
A instrutora da capacitação, artesã e artista plástica Alice Sales Trouy, explica que o mosaico consiste em uma arte decorativa que reúne pequenas peças de diversas cores para formar uma obra de arte diferenciada. No presídio, as internas estão produzindo telhas decorativas com imagens regionais, alusivas à fauna sul-mato-grossense. “Com a técnica, são infinitas as possibilidades de produção, conforme a preferência do cliente”, explica a professora.
A artesã destaca, ainda, que o trabalho desenvolvido na unidade prisional tem um enfoque de terapia e também funciona como aprendizado para gerar renda e inclusão. “Ajuda a acalmá-las, o que melhora o convívio com as demais, e ainda pode representar uma importante fonte de renda”, afirma.
De acordo com a diretora do presídio, Mari Jane Boleti Carrilho, 50% do material produzido durante o curso será entregue ao Conselho da Comunidade. “A outra metade iremos expor para a venda”, informa, ressaltando que os recursos arrecadados serão convertidos para a compra de materiais para dar continuidade à oficina de trabalho.
Conforme a chefe do Setor de Trabalho da unidade penal, Michele Aparecida Fruhauf, responsável por acompanhar os trabalhos, para participação no curso e na oficina de produção, além da vocação foi avaliado o bom comportamento das custodiadas, pois, para o desenvolvimento da técnica as artesãs utilizam estiletes e furadeira, dentre outras ferramentas.
Para a interna Jhenifer Pittelkow da Silva, 22 anos, o curso está servindo como terapia. “Me acalma bastante, tira o estresse”, afirma. “Mas também vejo como uma forma de ganhar dinheiro. Pretendo investir nisso futuramente”, revela a custodiada, que já concluiu duas peças e agora está trabalhando na terceira.
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