Mosaico | Jeozadaque | 29/06/2010 13h27

Vídeo Índio Brasil divulga produções audiovisuais selecionadas

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A edição de 2010 do Vídeo Índio Brasil contemplará mais de cem cidades brasileiras. Desde 2008, o festival é realizado em Mato Grosso do Sul - estado com a segunda maior população indígena do país, tendo Campo Grande como cidade sede. Para apresentar o projeto aos novos municípios, a curadoria do projeto optou por unir produções importantes e filmes inéditos selecionados entre as 80 inscrições recebidas neste ano. A curadoria do Vídeo Índio Brasil 2010 foi composta por Luana Salomão, produtora cultural; Pedro Ortale, produtor cultural; Bruno Ricartes, antropólogo; Gilmar Galache, representante indígena e designer; Oscar Rocha, jornalista e crítico de cinema e Michelle Rossi, jornalista. Foram selecionados longas e curtas-metragens nas categorias documentário, ficção e animação, compondo uma diversidade de produções realizadas por índios e não índios que mostram, por meio do audiovisual, peculiaridades das culturas indígenas de todo o país. A programação de abertura para o Brasil e MS, no entanto, será a mesma. São duas produções: “Já me transformei em imagem”, de Zezinho Yube e “De volta à terra boa”, de Vincent Carelli, ambas do Vídeo nas Aldeias. O primeiro filme conta com a participação do povo Hunikui (Kaxinawá), do Acre, que relata a importância do registro audiovisual para a perpetuação da história da etnia - do tempo do contato, o cativeiro nos seringais até o trabalho atual com o vídeo. Outra produção que compõe a abertura, “De volta à terra boa”, é um registro sobre os Panará que narram a trajetória do reencontro de seu povo com seu território original, desde o primeiro contato com o homem branco, em 1973, passando pelo exílio no Parque do Xingu (MT) até a luta e reconquista da posse de suas terras. Os inéditos selecionados, tanto para a nacional quanto para a mostra em Mato Grosso do Sul, incluem “Mokoi tekoá petei jeguatá – duas aldeias, uma caminhada”, de Ariel Ortega, Jorge Morinico e Germano Benites (Vídeo Nas Aldeias) sobre o cotidiano de duas comunidades Guarani na região sul do Brasil, unidas pela mesma história. Sem matas para caçar e sem terras para plantar eles dependem da venda de artesanato nas cidades para sobreviver. “Porahey” é outra produção selecionada: fruto da oficina do projeto Ava Marandu com a etnia Guarani, traz recortes do universo da aldeia Te’yikue localizada em Caarapó (MS).      Um dos curtas-metragens escolhidos é “Kré”, de Francele Cocco, com uma índia Kaigang que explica as etapas de confecção de cestos e balaios da etnia, desde a extração de matéria prima até a comercialização em cidades de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.   Entre os filmes que traçam um painel das edições anteriores do Vídeo Índio Brasil, estão “Terra vermelha”, ficção de Marcos Bechis sobre o conflito de terras dos Guarani-Kaiowá, em territórios indígenas de Mato Grosso do Sul. “Corumbiara”, de Vincent Carelli, premiado documentário brasileiro, vencedor do Kikito no Festival de Gramado 2009, denuncia o massacre dos índios na Gleba Corumbiara – os Akuntsu e Kanoê (Rondônia). Carelli filma o que resta das evidências e revela a versão dos índios, duas décadas depois. O festival acontece de 31 de julho a 07 de agosto de 2010 e, além da exibição dos filmes anunciados, as cidades brasileiras terão debates sobre questões indígenas e conteúdo das produções exibidas. Da Redação

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