Musical | Uol | 04/01/2017 13h32

Musical “Roque Santeiro” quer repetir no teatro sucesso da TV

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Com estreia marcada para 27 de janeiro no Teatro Faap, em São Paulo, o musical “Roque Santeiro” quer repetir no palco o sucesso que o texto de Dias Gomes (1922-1999) teve na TV.

Exibida entre 1985 e 1986 pela Globo, com autoria de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, “Roque Santeiro” é um dos maiores sucessos da história da TV brasileira – seu último capítulo marcou o recorde 95 pontos de média, com 100% dos televisores ligados sintonizados na Globo.

O texto original, “O Berço do Herói”, foi escrito por Dias Gomes em 1963, um ano antes do golpe civil-militar no Brasil. A peça seria encenada em 1965, com direção de Antonio Abujamra e música de Edu Lobo, mas foi censurada pelo regime totalitário, após publicação em livro com prefácio de Paulo Francis orelha de Enio Silveira pela Editora Civilização Brasileira.

Em 1975, Dias Gomes tentou adaptá-la para a televisão pela primeira vez, com Betty Faria como a viúva Porcina e Lima Duarte como Sinhozinho Malta, mas, outra vez, a censura proibiu o folhetim. No ano seguinte, a peça teve sua primeira encenação, mas fora do Brasil, montada pelo Departamento de Teatro da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Só com a abertura política e o processo de redemocratização, em 1985 a trama pôde, enfim, ser encenada na TV brasileira, com Regina Duarte como Viúva Porcina, Lima Duarte como Sinhozinho Malta e José Wilker como Roque Santeiro.

Agora, pela primeira vez o trio de protagonistas sobe ao palco em versão musical. O formato musical para o texto não é uma revolução, afinal Dias Gomes pensou a peça para ser uma opereta popular.

A história mostra a cidade fictícia de Asa Branca, que vive do mito de Roque Santeiro, que teria morrido como mártir para defender a cidade e foi transformado em herói e lenda que movimenta a economia do município.

Treze atores estão no elenco. Jarbas Homem de Mello vive o personagem Chico Malta, enquanto Livia Camargo interpreta a Viúva Porcina. Já Flávio Tolezani é Roque Santeiro. Mel Lisboa dá vida a Mocinha — na novela papel de Lucinha Lins —, filha de Dona Pombinha, papel de Nábia Vilella. Já Dagoberto Feliz é o Prefeito Abelha, à frente da política de Asa Branca, a cidade fictícia onde se passa a obra.

Edson Montenegro é Padre Hipólito, que na TV foi interpretado por Paulo Gracindo. Já Matilde, dona do bordel da cidade, que no folhetim foi vivida por Yoná Magalhães, é interpretada por Luciana Carnieli, e as prostitutas Rosali e Ninon, que lançaram ao estrelato televisivo Ísis de Oliveira e Claudia Raia, serão vividas por Yael Pecarovich e Giselle Lima.

O elenco ainda traz Marco França como Toninho Jiló, Samuel de Assis, como Zé das Medalhas, e Cristiano Tomiossi, como o General.

O musical ainda tem trilha sonora de Zeca Baleiro, que compôs novas canções para o espetáculo, além de utilizar algumas letras deixadas por Dias Gomes.

“A trilha traz um toque levemente marcial, um certo tom militar, mas também tem elementos de bolero, tango, baião, valsa, muita brasilidade e brejeirices. Mas é bom deixar claro: a peça é diferente da novela, desde o texto até a música”, avisa o cantor e compositor maranhense.

Debora Dubois está à frente da montagem e comemora Zeca Baleiro ter aceitado pela quarta vez trabalhar a seu lado. “Essa parceria é longa porque nos entendemos muito artisticamente, o Zeca é um artista muito completo, que entende o teatro e coloca a música a seu serviço de uma forma linda”, comenta a diretora.

Dubois avisa que sucessos da trilha da novela, como “Dona”, do Roupa Nova, não estão no repertório. “Optamos por uma trilha musical original. Resistimos à tentação de usar músicas da trilha da novela, que foi muito marcante. Mas, como uma espécie de ‘homenagem’ à novela, incluímos dois trechos de canções de Sá & Guarabyra”, continua Débora, que conta com o auxílio de Fabrício Licursi na direção de movimento, que afirma ter criado “coreografias mais orgânicas” para as personagens.

“Roque Santeiro”
Quando: De 27 de janeiro a 7 de maio de 2017. Sexta e sábado, 21h, domingo, 18h. 120 min
Onde: Teatro Faap – Rua Alagoas, 903, Higienópolis, São Paulo, tel. 11 3662-7233
Quanto: Sexta, R$ 80 inteira e R$ 40 meia; sábado e domingo, R$ 90 inteira e R$ 45 meia
Classificação etária: 14 anos

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