Ópera | Da Redação/Com Campo Grande News | 13/07/2012 12h23

Mesmo sem patrocínio, artista conseguem montar ópera com estrutura profissional

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Cenário, figurino, iluminação, direção, cantores, músicos, figurantes. Uma estrutura que não deixa nada a desejar às grandes produções de óperas vistas pelo Brasil afora e prestigiada pelo restrito público campo-grandense. O detalhe é que tudo foi produzido sem um centavo de patrocínio do poder público ou de empresas privadas.

O termo “amador”, neste caso, ressalta o amor dos artistas pela arte, que se desdobraram, com o pouco recurso que tinham, para levar aos palcos do Glauce Rocha uma produção que não sairia por menos de R$ 100 mil.

De apoio, a ópera Cavalleria Rusticana contou apenas com móveis emprestados da loja Maria Fulô, da iluminação cedida pela Fundac (Fundação Municipal de Cultura) e a Fundação de Cultura do Estado bancou a hospedagem do diretor mineiro Francisco Mayrink, que dirigiu o espetáculo. O resto veio de dinheiro conseguido através de promoções realizadas pela escola de canto Cant’Arte e de mão na massa dos produtores Júlio César Balbueno, Beth Vipe e Carina Cardoso, que construíram a maioria das peças que compõem o cenário.

As roupas usadas pelos artistas foram confeccionadas sob medida. “Pesquisamos o figurino da época, compramos os tecidos e mandamos fazer, tudo com muito cuidado”, explica Júlio. No total do elenco são 30 cantores, três instrumentistas, quatro figurantes, nove crianças e seis atores da Trupe Casa de Ensaio.

A produção da ópera foi feita em seis meses, entre ensaio, correr atrás de apoio, construir ou reformar o cenário, montar elenco, fazer contatos. O dinheiro arrecadado na bilheteria vai para pagar os cantores e o diretor. Cada convite foi vendido a R$40,00 (inteira) e R$20,00 (meia).

Para o diretor Francisco Mayrink, que está em Campo Grande há uma semana para finalizar os ensaios do espetáculo, apesar da cultura de gado e sertaneja, a cultura erudita, aos poucos, está se inserindo no cenário cultural de Mato Grosso do Sul.

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