Projetos | Midiamax | 10/05/2016 11h37

Dois projetos de MS são selecionados para o programa Rumos Itaú Cultural

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Duas iniciativas artísticas de Mato Grosso do Sul foram contempladas pelo edital do programa Rumos Itaú Cultural 2015-1016. Os projetos 'Dancidades', da Ginga Cia. de Dança (Campo Grande), e 'Solo de Quintal', proposto por Junia Pereira (Dourados), são os representantes de MS entre os 117 contemplados no edital, que engloba projetos de 25 Estados brasileiros. Ao todo, foram 84 projetos de MS foram inscritos, o que representa apenas 0,7% do total de inscrições.

Na modalidade 'Criação e Desenvolvimento', a proposta da Ginga Cia. de Dança, que já participou do projeto 'Palco Giratório' , promove formação de bailarinos e professores com base em três vertentes: metodologia de ensino, dramaturgia e gestão e sustentabilidade. A iniciativa também promove debates, seminários, oficinas, entre outros.

"A partir da vivência dos bailarinos, nós percebemos que havia grande dificuldade de se fazer uma formação continuada. Então, o projeto atua neste contexto, suprindo esta necessidade", explica Roberta Siqueira, dançarina e produtora cultural, integrante da Ginga e da Arado Cultural, uma associação de produtores culturais.

Com o projeto Dancidades, portanto, a formação dos artistas foi facilitada. "Esta já será a 3ª edição do projeto. A 1ª foi aprovada pela Funarte, a 2ª pelo FIC e agora pelo Rumos Itaú Cultural. Foi uma surpresa maravilhosa e muito satisfatória", explica.

Já na 'Mostra Nacional de Solos', do projeto 'Solo de Quintal', Junia Pereira abre as portas de sua residência para, em seu quintal, criar um espaço alternativo de exibições artísticas na cidade de Dourados, distante 220 km de Campo Grande. O projeto, que tem baixo custo, oferece estrutura básica para pequenos espetáculos solo de teatro, dança, circo ou performance.

"A princípio, foi pensado para ser no quintal da minha casa, mas existe abertura para pensar em outros quintais da cidade de Dourados. O objetivo é primeiro possibilitar uma produção mais barata e possível e ao mesmo tempo que também promovesse mais proximidade entre atores e espectadores, além de fomentar um trânsito nacional de artistas de uma forma mais barata e alternativa. O projeto é inspirado em algumas experiências que já acontecem", explica Junia.

Rumos
O Rumos Itaú Cultural é um edital de fomento cultural diferenciado, isso porque ele não simplesmente patrocina os projetos contemplados, mas disponibiliza um produtor para mediar e orientar o processo de elaboração e execução do produto final. "Isso faz de nós pareiros do selecionado, num contexto em que mais relevante que o resultado final é o processo em si", explica Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.

Segundo uma integrante da comissão de seleção, este ano o edital trouxe diversas propostas que refletem o momento político do país. "Essas questões recentes se revelaram de uma forma muito intensa nas propostas e com isso percebi o crescimento da visibilidade de parte desse país que estava escondida por um véu. O edital é importante justamente por isso, porque ele tem o potencial de mostrar o interior do país", comentou Karla Martins, acriana da comissão de seleção.
Nesta edição do Rumos, propostas que exploram linguagem audiovisual e temas relacionados a afrodescendência também foram significativos. "Nós observamos o aumento do protagonismo nas propostas, projetos sobre negros sendo feito por negros, representando questões sociais num contexto em que a racial está mais forte", acrescentou Jeferson De, também da comissão de seleção.

A questão indígena, sobretudo nas propostas do norte do país, também ganharam força, explorando o caráter sociais e político, mas também o artístico. "Essas são apenas uma das percepções que tivemos ao receber as propostas e chegar ao número final. As pessoas, os grupos, estão tomando mais consciência da identidade e têm buscado explorar isso", conclui Aninha de Fátima, gerente de comunicação do Itaú Cultural.

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