Religião | Jeozadaque | 25/10/2011 14h15

Público infantil vira investimento de retorno certo para produtores culturais

Compartilhe:

Nos últimos seis meses, 8 grandes espetáculos infantis foram montados em Campo Grande. Para uma cidade que até pouco tempo não oferecia nada desse porte, o número é significativo e tem uma explicação simples: dá dinheiro. Os pais quase não vão ao teatro, mas não perdem a chance de entretenimento para os filhos. “Não sinto necessidade de ir, mas sei que para minha filha isso faz uma diferença tremenda, são referências que ela vai levar para a vida toda”, diz a fisioterapeuta Analis Vieira. No fim de semana, ela levou a filha Rafaela para assistir Peixonauta, peça que surgiu a partir do desenho animado nacional de mesmo nome, veiculado no canal infantil Discovery Kids. Aos 28 anos, foi a primeira produção do empresário Bruno Danus. Antes, já havia assessorado espetáculos como a Galinha Pintadinha, mas resolveu entrar de cabeça no negócio. Em 18 dias, vendeu todos os ingressos para duas sessões, mas não teve tempo hábil para planejar apresentações extras, apesar de garantir que a procura foi grande. Apesar de feliz com o resultado, parece preocupado com a onda de realizações. “Existe mercado para esse público, mas tantos eventos próximos não dão certo”. Para ele, os pais não têm ainda a cultura de se programar para gastar com grandes eventos cotidianamente. “Não se preparam financeiramente”, adverte. Peixonauta, apresentado na semana passada. Um dos principais produtores culturais de Campo Grande, o experiente Pedro Silva, também começou a investir pesado nas grandes produções infantis. Este ano já trouxe Backyardigans, Lazy Town, A Bela e a Fera e em 18, 19 e 20 de novembro apresenta O Mágico de Oz, montagem inspirada em um musical da Broadway. Com o mesmo grupo, o empresário já acertou também apresentações de Pinóquio, em 22, 23 e 24 de junho de 2012, e de Peter Pan, em 14,15 e 16 de setembro. “São grandes clássicos, que Campo Grande nunca viu”, comenta Pedro Silva. As primeiras experiências são de invejar. “Foram 6 mil pessoas apenas nas sessões da Bela e a Fera”, comemora ele. O empresário discorda do excesso de eventos para esse público, acha que Campo Grande ainda tem, de forma geral, poucos eventos para crianças e o teatro acaba sendo uma opção perfeita. “Estamos criando uma nova camada de público e isso é ótimo para a cidade”. Sobre o preço, entre R$ 60 e R$ 100 para o Mágico de Oz, Pedro Silva diz que até isso é uma vantagem. “São 3 setores e isso possibilita que pessoas de diferente poder aquisitivo participem. Quem é rico vai no setor A, quem tem menos dinheiro vai no B e quem tem menos ainda vai no C”. A dificuldade que ele vê, no entanto, é a falta de espaços apropriados para grandes produções. “Já tive de cancelar espetáculo porque o cenário da Alice no País das Maravilhas (Com Luana Piovani), por exemplo, quando chegou aqui era muito grande para o Centro de Convenções. Hoje, só o Glauce Rocha comporta”. Sobre produções de grupos locais, Pedro Silva diz que não há comparações porque o patrocínio é ralo o que compromete as produções. “São peças boas, mas a produção deixa a desejar pela própria falta de patrocínio, não vingam”. Da Redação/Com Campo Grande News

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS