Manchete | Jeozadaque | 25/08/2009 17h04

Campo Grande comemora 110 anos! Será que a cultura municipal deve comemorar?

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Nesta quarta-feira (26/08), a Capital Sul-mato-grossense comemora 110 anos! Mas, como anda a cultura municipal? Na semana que antecedeu o aniversário de Campo Grande, diversas manifestações culturais foram incorporadas a um calendário de eventos, chegando até a super lotar! Nos últimos anos, a cultura municipal vem sobrevivendo com a ajuda de alguns projetos locais e estaduais. Vamos começar pelo artesanato. O site de cultura regional “Ensaio Geral” pesquisou, que aos finais de semana a cidade não oferece um local que exponha trabalhos artesanais locais para os campo-grandenses e visitantes. Com o fechamento dos espaços Barroarte e Artems (Associação de Artesãos de MS), o principal local de exposição é a Casa do Artesão, no centro da cidade, que funciona somente de segunda-feira até a manhã de sábado, salvo a Praça dos Imigrantes, conhecida como Praça do Artesão, que às vezes abre aos domingos. Sem alternativas, Beatriz Soares, presidente da Artems, indica aos artesãos que levem seus trabalhos para a loja Celeiro da Arte, na Feira Central de Campo Grande, que funciona aos sábados à noite e domingos. Um verdadeiro descaso com o artesanato local! Vejamos o teatro. Apesar dos pesares, ainda são realizados festivais municipais e estaduais que contemplam grupos locais. Mas, sempre é bom melhorar, principalmente na questão de apoio municipal. Já a música talvez seja a área mais contemplada da cultura local. Existem vários projetos e eventos que divulgam os cantores municipais como Som da Concha, MS Canta Brasil, Por do Som, Show na Cidade, Cena Som, fora as aberturas de eventos e outros projetos. O difícil pode ser o reconhecimento de bandas e artistas que estejam começando na carreira musical, pois nestes projetos se apresentam sempre aqueles nomes conhecidos, é só puxar pela memória. Agora as artes plásticas. Esta é outra área que também está caminhando, pois a Capital oferece diversos locais para exposição, como a Morada dos Baís, Museu de Arte Contemporânea de MS, Galeria Wega Nery, Sala Inês Correa da Costa, entre outros espaços, que também entram algumas galerias mantidas por empresas privadas que oferecem acesso gratuito ao público. Mas, apesar das exposições serem selecionadas por meio de editais, quase sempre vemos as obras dos mesmos artistas, por que será? E assim segue a lista de manifestações culturais municipais com diversas categorias que precisam de espaço, como a literatura, os campo-grandenses ouvem falar mais da Biblioteca Estadual Isaias Paim do que a Biblioteca Municipal Ana Luiza Prado Bastos, que segue esquecida no centro do Horto Florestal. Sem falar nas bibliotecas das escolas públicas, salas de leitura, etc... E a culinária? Um evento de gastronomia “estadual” é o bastante para divulgar a culinária municipal? E a poesia, fotografia, dança e outras manifestações culturais locais? Como ficam? Não basta apenas criar eventos para mostrar a arte, também tem que levar a cultura para os bairros, com a observação de que “música” não defina totalmente a “cultura”, é preciso de literatura, dança, culinária, teatro, artesanato, e tantas outras manifestações que defina as faces da “arte”. É, Campo Grande comemora sim 110 anos, mas alguns aspectos ainda estão em fase de crescimento! Vamos ver se o Plano Municipal de Cultura sai do papel e supri essas necessidades culturais, afinal a “esperança é a última que morre”! Parabéns Campo Grande... Foto: Divulgação Por Luciana Navarro

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