Teatro | Da redação | 29/05/2017 11h13

Encerramento do Boca de Cena surpreende e encanta público

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As duas vertentes das artes cênicas foram contempladas no encerramento do Boca de Cena – Mostra Sul-mato-grossense de Teatro e Circo no sábado (27.5) e deixou no público um querer mais. Às 20h subiu ao palco o Teatral Grupo de Risco com o espetáculo “Os Guardiões” no teatro Prosa do Sesc Horto. E às 21h30 foi a vez do coletivo de artistas circenses “Gran Circo Poropopó Brothers” entrarem em cena.

Assistir a Guardiões é lembrar-se do instinto animal que o ser humano tem dentro de si. Remetendo ao Pantanal com uma trilha sonora impecável e um cenário interativo que atuava junto com os atores, fez refletir sobre as relações humanas e de trabalho, de dominador e dominado e da própria natureza ora devastada, ora mostrando sua força.

O casal Lucas Mourão, acadêmico de psicologia, e Natália Macedo, analista técnica, já acompanham o trabalho do Teatral Grupo de Risco e sempre se surpreendem com o trabalho do grupo. Natália falou da percepção que teve da peça, “na verdade eu senti muito a questão ecológica do Pantanal, eu notei a degradação apesar de não deixar explícita a matança, bem como o ser humano como objeto de trabalho escravo”, pontua.

Já Lucas disse ser a Mostra fundamental para a sociedade, “todo mundo precisa de incentivo à cultura. A arte é que o move a gente, é o que move nosso espírito”, destaca Mourão. Já o veterano das artes cênicas Alex Faria, tem 50 anos e disse atuar desde os três, também declara que iniciativas como o Boca de Cena demonstra sensibilidade por parte dos governantes.

Roma Roman diretora da peça, afirma que a intenção da peça é despertar em cada um o seu momento de reflexão, “eu acho que não tem uma mensagem, cada um vai se relacionar nesse momento com aquilo que tá vendo, mas a gente fala do pantanal, fala do Mato Grosso do Sul, do mundo, do ser humano e não existe uma intenção de passar uma mensagem”, pondera Roman.

O ator argentino Martin Monteiro ficou surpreso com a produção e a dedicação dos grupos de teatro da capital e do interior bem como a sinergia que a Mostra proporciona, “a possibilidade de conhecer outros grupos, poder falar com cada um e conhecer a forma de produzir de cada grupo, com quem se relaciona; seu espaço, seus amigos. O festival contemplou a pluralidade seja de grupos do interior, seja de espaços, como na periferia, escolas. Pude me encontrar com diferentes idiossincrasias, foi um grande aprendizado”, ressalta Monteiro.

A Plataforma Cultural ficou lotada, mesmo com o tempo fechado e o público compareceu para assistir as performances circenses do Gran Circo Poropopó Brothers. Foi uma noite memorável com criatividade e ousadia dos artistas. Palhaços fizeram grandes e pequenos darem muitas gargalhadas. Malabarismos, acrobacias, pirofagia, teve de tudo um pouco. O público ficou encantado com a magia do circo.

O Palhaço Chalita foi um dos que se apresentou, atualmente mora em Dourados e disse que a Mostra é muito importante para o estado de Mato Grosso do Sul e sugere que o evento também seja realizado no interior, não somente em Campo Grande, “esse Poropopó é talvez uma vontade de resgatar isso, esse já é o nosso terceiro encontro. O Boca de Cena tem que ter grupos de todo o Estado”.

A Mostra Sul-Mato-Grossense de Teatro e Circo é uma realização do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação de Cultura (FCMS) e Secretaria de Cultura e Cidadania (SECC)e contou com a parceria dos colegiados e universidades.

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