Verba Pública | Da redação/com Campo Grande News | 01/10/2014 15h47

Artistas fazem reinvidicações na Câmara

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Campo Grande (MS) - Com várias faixas e uma carta pública em mãos, artistas de Campo Grande estão neste momento na Câmara de Vereadores cobrando a aplicação de 1º do orçamento municipal em Cultura, conforme determina lei aprovada no ano passado.

Além do dinheiro não ser aplicado, o setor ainda sofre com o cancelamento de eventos culturais esperados para o segundo semestre deste ano, anunciado pela prefeitura, sob a alegação de problemas financeiros.

Na carta dirigida aos vereadores e à sociedade, os artistas também cobram a imediata reabertura do Teatro do Paço Municipal, que hoje serve de depósito, “para que não continue como depósito de todos os entulhos que a população inocentemente encaminha a esse órgão público.”

Na lista de cobranças também aparece o uso de espaços públicos. A crítica é de que praças estão abandonadas e precisam de investimentos para realmente servirem ao lazer e à cultura.

Na verdade, as reivindicações não são novidade, mas foram agravadas pelo corte da programação cultural desde o mês passado.

A avaliação é de que após mais de duas décadas de lutas, a arte e Cultura ainda não têm políticas públicas eficientes. Pelo contrário, agora enfrenta um retrocesso.

Diante da conclusão, os artistas declaram no documento o “óbito” do setor. “A cultura está na UTI. Ela entrará em coma”, sentencia o documento assinado pelos "Trabalhadores da Cultura de Campo Grande".

O grupo já procurou a Fundac para perguntar como é aplicado o 1º para a Cultura, mas a resposta veio apenas via Facebook, postada pela presidente da Fundação, Juliana Zorzo, e dizendo que as informações estariam no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande).

“Sobrevivemos da cultura há mais de 30 anos. Por isso, lutamos por políticas públicas”, resume o ator Fernando Cruz, do grupo Maracangalha.

O protesto, com cerca de 35 pessoas, deu pano para manga da oposição. O vereador Paulo Pedra (PDT) colocou mais lenha na fogueira lembrando que a prefeitura gastou R$ 235 mil só em um evento religioso, a Marcha para Jesus, o que teria acabado com os recursos disponíveis para outros eventos e, inclusive, a possibilidade de reforma do Teatro do Paço. “Neste momento temos uma menina cuidando da Cultura, esquecendo que o estado é laico. É preciso colocar alguém que entenda”, acusou Pedra.

Ele também lembrou que algumas iniciativas se perdem por falta de vontade política em Campo Grande. “A Fecomércio iria transformar os dois cinemas da antiga rodoviária em teatros, pediu isenção de impostos para reformar o telhado, mas isso não avançou”.

Em defesa da atual administração da Fundac, Chiquinho Teles (PSD) garante que a situação já esteve pior. “Quando ela (Juliana Zorzo) assumiu não tinha nem café na Fundac”. Ele também recordou a natimorta CPI da Folia, que deveria investigar gastos exorbitantes com o Carnaval de rua, mas não vingou.

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