Produção audiovisual em MS é baixa e anuncio de investimento não se altera
O governo do Estado juntamente com a SECTEI -Secretária de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, lançaram os editais de financiamento público para cultura nesta segunda feira (14) na sede da Governadoria, no Parque dos Poderes. Entre as categorias a receberem algum custeio em recursos público, o audiovisual não recebeu aumento algum. Dos mais de R$ 7 milhões em investimento previstos pelo governo, a produção cinematográfica vai receber parcos R$ 160 mil.
No mesmo dia do lançamento dos editais em Mato Grosso do Sul, o IBGE (Instituto de Geografia e Estatística) divulgou o suplemento de cultura Perfil dos Estados e Municípios Brasileiros 2014 (Estadic/Munic). Com a publicação é possível observar o impacto das políticas públicas de cultura no Brasil, bem como em MS. O perfil atestou em documento e vendo os recursos a serem liberados em 2016, que a produção audiovisual em nosso Estado ainda é baixa e o investimento no setor não se altera.
Pelos dados do instituto, apesar da expansão do número de cinemas no país na última década, apenas 10,4% das cidades brasileiras possuem sala de exibição. No quesito da produção cinematográfica, 1.849 filmes receberam apoio de Estados e municípios. Entre as 27 unidades da federação, 24 financiaram a produção de filmes. No topo da lista está o Rio Grande do Sul (60 filmes), seguido por Pernambuco (54 filmes) e São Paulo (42). Mato Grosso do Sul ocupa da 18º lugar no número de produções audiovisuais. O Estado produziu apenas cinco filmes nos últimos doze meses.
Para 2016, a expectativa do setor no Estado parece que não vai mudar muito, pelo menos não em termos de financiamento. A SECTEI explica que a rubrica não sofreu alteração porque se espera obter o dobro desse valor com um novo edital que deve ser lançado até o meio do ano que vem por intermédio da Ancine (Agência Nacional de Cinema).
Decisão conjunta entre o Governo e representantes do setor
Mas segundo o presidente do Fórum Municipal de Cultura, o jornalista e cineasta Aírton Raes Fernandes, essa notícia não é ruim. A decisão em manter o valor foi conjunta entre governo e os representantes do setor: “Nós achamos melhor manter esse edital como foi criado, há quatro anos atrás, voltado para pessoa física. E aguardar o edital da Ancine, específico para pessoa jurídica. Assim teremos dois editais, sendo o segundo com um porte inicial de R$ 300mil”, explica.
Na avaliação do cineasta e diretor da produtora Vaca Azul, Helton Pérez, os indicativos do IBGE refletem não apenas a questão de investimento no setor, mas outros dois problemas: a capacitação e divulgação. Ele acredita que apostar na profissionalização do setor gerará um aumento na produto.“Com o aumento de profissionais capacitados, rola um estímulo maior à produção e com qualidade melhor também, diz.
Ele ainda acrescenta, “Mas não acredito que seja somente o investimento à produção. Já temos alguns fundos e produções que foram realizadas a partir deles, mas que sofrem pela pouca exibição e, possivelmente, pela falta de referencial qualitativo em relação às produções nacionais e internacionais”, explica.
Quanto o levantamento do IBGE corresponde as produções cinematográficas que foram lançadas em 2014 a partir do financiamento estadual. São elas Argento’, de Mariana Sena Madureira Figueiró, ‘Sem fim’ e ‘Enterro’, ambos de Fábio Flecha, ‘Planuras’, de Maurício Copetti e ‘A TV Está Ligada’ de Essi Rafael. As obras foram contemplados pelos editais de fomento à cultura FIC (Fundo de Investimentos Culturais) e Apoio à Produção de Obras Audiovisuais Inéditas, ambos da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul).
Contudo, o número de produções poderia ser outro, se fosse incluído no levantamento as produções financiadas pelo município, por meio dos recursos do FMIC (Fundo Municipal de Incentivo à Cultura) referentes ao edital 2013/2014. Levando isso em conta seriam 14 filmes, visto que, ano passado, nove produções foram lançadas com o FMIC.
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