Fotografia | Jeozadaque | 10/04/2012 12h29

Exposição fotográfica sobre a Cia Matte Larangeira é uma das atrações do FAS 2012

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A fotografia histórica também estará presente no 9º Festival América do Sul, que acontece de 26 a 30 de abril. O Centro de Convenções do Pantanal de Corumbá Miguel Gómez abrigará a exposição “Cia Matte Larangeira - Fragmentos da história de MS” que terá sua abertura, a partir das 20h, no 1º dia do evento. A mostra reúne fotografias e documentos históricos que revelam o que a Companhia representou neste ciclo histórico da erva mate do Estado. Parte do acervo documental e de imagens da Companhia Matte Larangeira é mantido pelo Arquivo Público Estadual, unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul responsável pela catalogação e guarda de documentos históricos do Estado de MS. O ciclo da erva mate foi um importante movimento econômico da região sul de Mato Grosso que viria a se tornar o Estado de Mato Grosso do Sul. Este movimento se deu pela instalação da Companhia Matte Larangeira e teve inicio por volta de 1890. A exposição recupera parte deste momento histórico. Matte Laranjeira O Decreto Imperial nº 8799, de 9 de dezembro de 1882, autorizava a Larangeira a exploração da erva-mate nativa, por um período inicial de 10 anos. Thomaz Larangeira funda a Empresa Matte Larangeira a partir desta concessão imperial. Ele trouxe do sul do país fazendeiros que conheciam o manejo da erva-mate. Também foram utilizadas a mão-de-obra de índios da região e de paraguaios, iniciando assim o ciclo de produção da erva-mate. Com a proclamação da república a área de concessão é, sucessivamente, ampliada, sempre com o apoio de políticos influentes, como Joaquim Murtinho, Manuel José Murtinho e General Antônio Maria Coelho. Em 1890 começa o monopólio na exploração da erva-mate. Em 1892 a empresa passa a se denominar Companhia Matte Larangeira, sendo obrigada a transferir a sua sede para o território do Mato Grosso. Neste mesmo ano a Companhia comprou a Fazenda Três Barras, de Boaventura da Mota, à margem esquerda do rio Paraguai, e construiu um porto para exportação de erva-mate cancheada. Esse porto foi nomeado de Porto Murtinho, pelo Superintendente do Banco Rio e Mato Grosso Dr. Antônio Corrêa da Costa, em homenagem a Joaquim Murtinho. A atividade gerava muito lucro estimulando o aumento da exportação. Em 1900, a região teve grande desenvolvimento graças a Companhia Matte Larangeira, de onde passou a embarcar chá para a Argentina. A erva-mate atingiu grandes centros urbanos como Assunção (Paraguai), Buenos Aires (Argentina) chegando até a Inglaterra e França. A Companhia utilizou ao longo da sua historia mão-de-obra indígena, principalmente das etnias Kaiowá e Guarani. Mesmo com o inicio da demarcação das reservas indígenas ocorrida em 1915 na região de Amambai, o espaço geográfico ocupados pelos índios e pela Cia Matte Larangeira era o mesmo, sendo intensa a utilização da mão-de-obra indígena na exploração de erva-mate, inclusive eram agenciados pelo Serviço de Proteção aos Índios. Entre 1915 a 1928 reservas indígenas foram demarcadas pelo Governo Federal no estado do Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul), devido aos deslocamentos que essas comunidades sofreram em função dos interesses da Companhia. O domínio da Companhia segue até 1943, quando Getulio Vargas assume o poder, criando os Territórios de Ponta Porã e Iguaçu, anulando a concessão. Mais informações sobre a exposição no Arquivo Público Estadual de MS nos telefones 3316-9139 ou 9985-6157. Da Redação/Com Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul

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