Cinema | Com FCMS | 01/03/2024 15h13

Idosos participam do Cinematuridade no Museu da Imagem e Som

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O Museu da Imagem e Som de Mato Grosso do Sul (MIS-MS), abriu sua sala de exibição para promover entre os idosos, o acesso ao cinema. O projeto Cinematuridade da Subsecretaria de Políticas Públicas para Pessoa Idosa, em parceria com a unidade audiovisual da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), acontece uma vez por mês no local, sempre às 14h.

“A população brasileira está envelhecendo rapidamente. Então é necessário nós construirmos políticas públicas que consigam dar conta de todos os desafios que vêm pela frente. Pensando nisso nós criamos o Cinematuridade com a intenção de discutir questões relacionadas com o envelhecimento utilizando a linguagem do cinema” explicou a Subsecretária de Políticas Públicas para Pessoa Idosa, Zirleide Barbosa.

Estavam presentes para acompanhar a exibição grupos de pessoas idosas do SESC, da frente Parlamentar do Idoso, do Detran, da Universidade da Maturidade da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), da Universidade Aberta à Pessoa Idosa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e do Grupo de Leitura Leia Mulheres. “Este é um projeto muito interessante porque buscamos atingir um público que geralmente a gente não alcançava. Tem sido uma experiência muito boa pois temos conseguido vários parceiros trazendo temáticas variadas que contribuem para debates de como cuidar bem dos nossos idosos. Estamos recebendo convites para a exibição em outros locais e municípios do Estado”, afirmou o coordenador do MIS – MS, Alexandre Sogabe.

Um profissional da rede de atendimento à pessoa idosa, a cada encontro, é convidado a trazer o assunto visto na obra audiovisual para o cotidiano desses cidadãos sul-mato-grossenses. Nesta segunda edição do projeto, que fez a exibição do filme japonês “A Balada de Narayama” de 1983, o diálogo foi mediado pelo pesquisador de Envelhecimento Humano, Cuidados Paliativos, Espiritualidade e Religiosidade em Saúde, professor Ramon Moraes Penha, da UFMS. “Este filme trata de alguns temas muito significativos. Dentre eles o ageísmo, a violência contra as pessoas idosas e a discriminação relacionada à idade. É a partir da cultura, que os temas emergentes podem ser mais amplamente debatidos. Então nós sabemos que o Museu da Imagem e do Som de MS tem um papel muito significativo para a cultura sul-mato-grossense e agrega pessoas de várias idades promovendo assim a intergeracionalidade”, destacou o professor.

O enredo do filme desta segunda edição do projeto acontece numa pequena cidade japonesa, chamada Narayama, na qual a tradição é clara: quem passa dos 70 anos deve deixar a vila para encontrar a morte no topo da montanha. Próximo da data, a personagem Orin tem uma grande preocupação, precisa encontrar uma esposa para o filho mais velho antes de chegar a vez de subir o monte.

Segundo o professor Ramon Moraes o filme clássico produzido a partir de um livro publicado em 1967 no Japão, denunciava já naquela época as condições das pessoas idosas que eram tratadas em comunidades longínquas e muito pequenas. “O filme nasce de uma realidade local e começa e termina do mesmo modo indicando que não há mudanças no ciclo. Traz a reflexão que do mesmo modo que uma geração entra em uma cultura, ela volta à mesma cultura se não houver transformações. Atenta também para onde as nossas pessoas idosas estão sendo encaminhadas e retrata quais são as semelhanças da cultura de Narayama com a nossa cultura ocidental. Quais são as expectativas dos jovens com relação ao futuro dos idosos?”, finalizou o mediador.

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