Literatura | Da Redação/Com Thaís Lopes | 22/01/2013 10h49

Manoel de Barros pode ser indicado pela Academia Sueca para concorrer ao Nobel de Literatura

Compartilhe:

O poeta Manoel de Barros concorre em uma lista interna da União Brasileira dos Escritores (UBE) como um dos possíveis indicados para a Academia Sueca, que indica artistas para concorrer ao prêmio Nobel de Literatura de 2013.

A Academia Sueca é quem escolhe o escritor e o anuncia no começo do mês de outubro de cada ano. O Nobel de Literatura é um prêmio literário concedido anualmente desde 1901. Por enquanto, além do nome de Manoel de Barros, também constam na lista os nomes de Ferreira Gullar, nascido em São Luis, e Nélida Pinõn, escritora nascida no Rio de Janeiro. A decisão acontece na próxima semana.

Em entrevista ao Ensaio Geral, o escritor e professor de literatura Henrique Pimenta, que teve como tese de mestrado "Os processos da concisão e da construção da imagem nos poemas de Manoel de Barros", afirmou que o trabalho do poeta cuiabano merece sim ganhar esse disputa. "Acho que Manoel não merece um só Nobel. Pela qualidade estética de sua obra, mereceria no mínimo uns dois ou três", diz ele.

Sobre a obra do poeta, Henrique explica: "A poesia de Manoel é permeada de profundo lirismo, sim, mas há bastante informação e recursos modernos e contemporâneos, coisa de poeta maduro, ou criança com idade avançada. Podemos citar alguns desses recursos, só para dar uma noção da maturidade infantil dele: a metalinguagem, o intertexto, o diálogo específico com as artes plásticas e visuais, o trabalho meticuloso com metáforas, o verso livre com ritmo bem demarcado, o humor, a fantasia onírica, a orgia genésica". 

Finalizando, o professor define: "Obra densa em qualidade e quantidade, trabalho de anos a fio. Até ele ser reconhecido nacionalmente, suou pra caramba. É um herói da poesia".

A vida de Manoel

O poeta nasceu em Cuiabá (MT), em 19 de dezembro de 1916, mas atualmente vive em Campo Grande (MS). Sua poesia já foi reconhecida por diversos prêmios literários, entre eles, dois Prêmios Jabutis, com os livros "O guardador de águas" e "O fazedor de amanhecer". Sua arte sempre explora temas ligados à delicadeza da natureza.

Manoel escreveu seu primeiro poema aos 19 anos e seu primeiro livro, chamado "Poemas concebidos sem pecado", foi publicado no Rio de Janeiro, há mais de sessenta anos. Foi feito artesanalmente por 20 amigos, numa tiragem de 20 exemplares e mais um, que ficou com ele.

Até 2013, Manoel já escreveu 24 obras e já recebeu 13 prêmios.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS