Conferência de Cultura potencializa força de municípios ao buscar Rota Pantanal

Com modelo de gestão e promoção de políticas públicas de cultura que cumpre as principais diretrizes do Sistema Nacional de Cultura (SNC), Corumbá sediou no fim de semana a primeira Conferência Intermunicipal de Cultura da Região do Pantanal, com participação das cidades de Aquidauana, Anastácio, Rio Verde e Ladário. O encontro abordou o tema "Uma Política de Estado para a Cultura: Desafios do Sistema Nacional de Cultura".


Como saldo, a Conferência Intermunicipal elaborou 40 propostas para serem apresentadas na etapa estadual dos debates. Além disso, segundo a diretora-presidente da Fundação de Cultura de Corumbá, Márcia Rolon, o evento que teve como delegados (direito a voz e voto) cada um dos participantes, trouxe a oportunidade da discussão mais ampliada para um território.


"Nós somos desse território, cada pedacinho que a gente se encontra, a gente se reconhece, só que a gente nunca tinha se olhado, então o primeiro momento que tivemos de nos olhar, nos reconhecermos e nos vermos uno, pantaneiro, e a gente quer lutar por essa identidade", disse, comentando a qualidade dos trabalhos realizados em quatro eixos temáticos: Implantação do Sistema Nacional de Cultura, Produção Simbólica e Diversidade Cultural, Cidadania e Direitos Culturais, e Cultura e Desenvolvimento.


"É um momento histórico, único, foi o momento de fazer a nossa história, de deixar nosso legado. Todo mundo aqui esteve com uma ansiedade muito grande de realmente unir, olhar, sonhar e realizar. Conseguimos fazer uma pauta única, tanto é que quando vieram as propostas foram poucas que precisaram de esclarecimentos, pois elas vieram ao encontro de todos", disse ao lembrar que, as propostas articuladas entre os municípios participantes.


Para Reni Cicalisse, diretora-presidente da Fundação de Cultura de Aquidauana, a conferência fortalece um alinhamento na busca da chamada Rota Pantanal, valorizando as potencialidades, bens e produtos culturais. "Foi a oportunidade que nós tivemos de discutir a cultura em suas dimensões econômicas, simbólica e cidadã. Muito fortaleceu a cultura pantaneira, a reunião desses municípios para tratarmos de políticas culturais que, com certeza, foram muito fortalecidos através dessa conferência", declarou a gestora pública.


Na avaliação do presidente do Conselho de Cultura de Corumbá, José Gilberto Garcia Rozisca, o diálogo entre os municípios reflete a ansiedade contemporânea da forma como se enxerga a cultura.


"Quando se dividiram os grupos, a gente percebeu em cada um a miscigenação. Ali tinham pessoas que vinham para discutir determinados eixos e se encontraram com outras de vários municípios. A gente pode ver que a peculiaridade veio fazer a composição das propostas. Elas foram avaliadas pelos próprios participantes como muito positiva e refletiram o entendimento da rota cultural, esse novo momento que a cultura vive, de agregar, somar esforços para fazer com que a cultura pantaneira seja vista e lembrada", observou ao destacar, por exemplo, que uma das propostas sugere a criação de fóruns para ouvir a sociedade civil.


Além da citada, ainda se propôs a Implantação do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual - INPI para a região do pantanal e borda; a criação do Fundo de Investimento Cultural para o Desenvolvimento do Pantanal; identificar espaços com potenciais culturais e adequá-los, garantindo acessibilidade e uso permanente com a circulação de atividades culturais e descentralização das mesmas, criando espaços multiuso onde não houver, entre outras.


A Conferência também serviu para a escolha de 25 delegados para a etapa estadual que deve acontecer até o mês de setembro em Campo Grande. De lá, as propostas aprovadas seguem para a etapa nacional marcada para novembro.


"Para a estadual, já chegaremos unidos, então vai ser muito mais fácil aprovar o que desejamos aqui no estado. Nós não chegaremos descentralizados, cada um com seu sonho, vamos chegar unidos, com uma identidade de pantanal e vamos para o encontro nacional e, com certeza, vamos conseguir colocar o território pantaneiro no Sistema Nacional de Cultura como grande importância cultural", concluiu Márcia Rolon.